Em
agosto descansei, passeei, relaxei e ainda tive tempo para ler nada mais, nada
menos do que sete livros, um número record de leituras este ano. Li em
português e em espanhol. Li em formato de papel e em formato digital. Li 4
obras de autores portugueses, uma obra de uma autora italiana, uma obra de uma
autora espanhola e partilhei com o filhote a leitura da obra As naus de verde pinho, de Manuel
Alegre.
Arranquei
o mês com uma estreia dupla. Li pela primeira vez uma obra que me foi facultada
pela própria autora – Ana Gil Campos. As
impertinências do Cupido proporcionou-me uma leitura divertida, fresca,
apropriada à estação veraneia. Gostei do estilo e da escrita da Ana e espero
poder ler em breve mais obras suas.
As obras que li em seguida foram-me igualmente
oferecidas, desta vez pela editora. Tão-pouco conhecia as suas autoras, mas as
horas que devotei às suas obras resultaram em experiências muito produtivas,
especialmente a que correspondeu à leitura de Café Amargo, de Simonetta Hornby, que nos apresenta uma
protagonista com um carácter forte, determinado e que, desde que se casa com
uma tenríssima idade até alcançar uma idade madura, sempre se regeu por aquilo
que a sua razão e acima de tudo o seu coração lhe ditavam. É uma mulher
formidável e alimenta uma narrativa muito bem construída e condimentada com um
contexto histórico e epocal aliciantes. Já A
ilha das quatro estações, de Marta Coelho, é uma obra mais vocacionada
para um público juvenil, mas não deixa de nos enredar com as dores e os
problemas de quatro jovens nada distintos daqueles que poderemos encontrar no
nosso quotidiano.
Em
agosto também tive a oportunidade de regressar às leituras partilhadas com o
filhote. Lemos num dia a obra em verso de Manuel Alegre – As naus de verde pinho – e foram uns momentos muito
saborosos, recheadinhos de cumplicidade e troca de conhecimentos.
O
regresso às leituras em espanhol foi pela mão da escritora basca, Marian
Izaguirre. Los pasos que nos separan
foi a segunda obra que li dela e, apesar de não ter sido uma experiência tão
intensa como foi a que me ofereceu A
vida quando era nossa, senti uma empatia muito grande com os seus
protagonistas e com um tom intimista e emocional que prevalece ao longo da sua
narrativa.
A única
desilusão deste mês veio de onde menos esperava… Não consegui ligar-me às
personagens, às suas personalidades, ao que as movia, às suas atitudes, a nada…
Sobrou o estilo e a escrita, tão perfeitos e mágicos. Fico à espera de novos
trabalhos de Valter Hugo Mãe, que apaguem este travo amargo que me ficou da
leitura de Homens imprudentemente
poéticos.
A
última leitura do mês ficou a cargo de mais uma autora lusa, de mais uma novidade.
O assunto da narrativa de O rapaz e o
pombo é talvez aquele que mais persigo, de forma quase psicopata, mas
tudo o que leio sobre a Segunda Guerra Mundial nunca me extingue a vontade de
saber mais, de tentar entender o que ainda hoje não sou capaz de entender…
Gostei muito desta obra, da maneira como Cristina Norton misturou ficção com
factos verídicos e me violentou com episódios de horror medonho. A sua trama
está obviamente povoada do lado mais miserável do ser humano, mas inclusive
nesse lado mais negro há espaço para o amor, para a união, para o altruísmo.
Em
agosto, para além de ler, passear, relaxar e descansar, também frequentei
livrarias dos dois lados da fronteira e voltei a pecar… Aproveitei uma promoção
irresistível e comprei a metade do preço Amores
secretos, a única obra de Kate Morton que ainda não habitava a estante
cá de casa. Do outro lado da fronteira comprei três obras que estavam na
wishlist há muito tempo – Dile a Marie
que la quiero, de Jacinto Rey; La
delicadeza de David Foenkinos e Cuentos,
do meu amado Mario Benedetti. Quatro obras que irão esperar pacientemente a sua
vez na prateleira dos não-lidos, mas que sei que, este ano ou o próximo, me
proporcionarão momentos únicos de leitura.
Em
agosto, para além de ler, passear, relaxar, descansar e pecar “literariamente”,
tive o imenso prazer de ser surpreendida pela Cristina Tista, que novamente partilhou comigo mais umas obras em formato e-book. Cuando aparecen los hombres, de Marian Izaguirre, Quien de
nosotros, de Mario Benedetti e El
secreto de mi marido (O
segredo do meu marido), de Liane Moriarty vieram adoçar ainda mais um
mês que foi praticamente perfeito e aumentar a estante virtual que vai ganhando
espaço na biblioteca do tablet.
Antes
de terminar, quero agradecer também à Paula, outra assídua seguidora e que no
final de julho me ofereceu, igualmente em formato digital, duas obras que
figuravam na minha wishlist há “eternidades” – Charlotte, de David Foenkinos e 84, Charing Cross, de Helene Hanff. Serão sem dúvida
leituras muito suculentas e possibilitar-me-ão a oportunidade de voltar a ler
em inglês, coisa que já não faço há pelo menos 8 anos.
Como
veem, agosto será dificilmente repetível. Leituras, aquisições e ofertas com
fartura. Espero que o vosso mês tenha sido igualmente muito apetitoso. Fico à
espera dos vossos comentários.
Termino
deixando-vos os links para acederem à
opinião completa das obras lidas este mês: