Ficha técnica
Título – Retrato
de família
Autora – Jojo Moyes
Editora – Porto Editora
Páginas – 416
Datas de leitura – de 14 a 19 de abril de 2017
Opinião
Este
romance foi mais um inquilino temporário que passou uns dias cá em casa vindo
da biblioteca municipal da terrinha. Trouxe-o comigo porque, como sabem, sinto
de vez em quando necessidade de leituras mais leves, daquelas que não exigem
níveis muito altos de concentração e entrega. A outra razão pela qual o escolhi
prendeu-se ao facto de não ter ficado completamente indiferente ao frenesim que
a obra Viver depois de ti e a
sua sequela provocaram nos tops de vendas dos últimos tempos.
Sendo
assim, movida por essas duas razões, decidi conhecer o mundo de Jojo Moyes
entrando nele através da sua obra de estreia. Retrato de família conta-nos a
história de três gerações de mulheres da mesma família e a sua narrativa vai
saltitando no tempo e no espaço. Nas suas páginas iniciais transporta-nos até
Hong Kong por altura da coroação da rainha Elizabete II e à medida que nos
adentramos na trama iremos passar temporadas em Londres e na parte rural da
Irlanda, onde vivem no momento presente as referidas protagonistas.
Joy é a
matriarca da família. É mãe de Kate e avó de Sabine. As três aparentemente
apenas têm o sangue como elo de ligação, já que não poderiam ser donas de personalidades
e gostos mais antagónicos. Contudo, a decisão de Kate de enviar a filha para
passar uns tempos com a avó (à qual já não visita há muitos anos) irá
proporcionar-nos a oportunidade de conhecê-las melhor e entender o que está por
detrás dessas supostas diferenças de carácter e por que razão existe tanta
mágoa e frieza entre os vários elementos da família.
Se
compararem as datas de leitura da obra anterior com as referentes a esta, vão
constatar que tardei bem menos a ler Retrato
de família do que a deliciosa Vida
no campo, de Joel Neto. Essa diferença é a prova de que consegui o que
almejava, ou seja, ler uma obra levezinha, de fácil virar de página e assim intervalar
a mesma com leituras mais densas, mas, caramba, sobejamente mais suculentas e
avassaladoras.
Reitero
que o romance de estreia de Jojo Moyes deixa-nos um sabor docinho na boca, mas
daqueles que se esvanecem logo após o seu desenlace. As suas protagonistas são
mulheres interessantes, possuidoras de carisma e não é difícil criarmos laços
com as três. Mas considero que a autora poderia ter explorado mais aquela que
nos acompanha desde as primeiras palavras da narrativa. Joy tem potencial para
protagonizar “a solo” as 416 páginas da obra, mas tudo o mais que se desenrola
à sua volta, sobretudo no momento presente e que é muitas vezes supérfluo, faz
com que nos desapeguemos da mulher que viveu em Hong Kong, que seguiu o marido,
oficial da Marinha, pelos vários cantos do mundo e que estabeleceu com ele o
seu lar definitivo numa aldeia da Irlanda, criando e amando cavalos. Uma mulher
destemida, arisca, temperamental, mas sobretudo amante dos seus, embora nem
sempre o consiga demonstrar de forma clara.
Poderia
ainda referir um ou outro pormenor que me deixou algo incómoda, mas assim
estaria a ser demasiado injusta com uma obra e uma autora que me deram aquilo
que procurava – uma leitura tranquila e rápida, com quase tudo bem
mastigadinho. Por essa razão prefiro não me alongar mais, porque conhecendo-me
como me conheço, nada de muito lisonjeiro sairia dessas palavras. Gostei de conhecer
“as letras” de Jojo Moyes, não desdenho a possibilidade de voltar a “prová-lo”,
mas para já regresso com avidez àquelas leituras que me deixam exaurida, mas
saciada e feliz.
NOTA –
07/10
Sinopse
1953, Isabel II é coroada. A
comunidade inglesa em Hong Kong reúne-se para celebrar o acontecimento. Para
Joy, trata-se apenas de mais uma reunião enfadonha, idêntica a tantas outras.
Mas a sua vida transformar-se-á nessa mesma noite ao conhecer o jovem oficial
da Marinha Edward Ballantyne. A impulsiva proposta de casamento após um breve
encontro parece ser a resposta a todos os desejos de Joy.
Mais de quarenta anos volvidos,
Joy e Edward vivem na Irlanda e a sua relação com Kate, a filha, e Sabine, a
neta de dezasseis anos, é distante e fria. Em Londres, Kate tenta resolver mais
uma das suas inúmeras crises amorosas e, numa tentativa de proteger Sabine,
decide que ela vá passar umas férias com os avós.
Para surpresa geral, Sabine
parece adaptar-se bem à vida no campo e ao difícil temperamento da avó. Até que
o súbito agravamento do estado de saúde de Edward obriga Kate a um inesperado
regresso à casa de família, reabrindo as velhas feridas que a separam de Joy.
Que segredos afastam mãe e filha? Poderá Sabine unir duas gerações tão
diferentes, ou cairá também ela no silêncio que as separa?
Olá Ana,
ResponderEliminarJá oiço falar nesta autora. Mas ainda não tive grande vontade de ler, pois não é bem o meu estilo.
Mas por vezes apetece uma leitura leve e mais descontraída. Para uma dessas alturas já sei o que ler :)
Beijinhos e boas leituras
Olá, Isa!
EliminarPara primeira experiência não foi exatamente má. Serviu o propósito, nada mais!
Para descontrair e não torcer o nariz à previsibilidade e a algumas passagens menos conseguidas...
Beijinhos e leituras saborosas!
Olá Ana
ResponderEliminarEu li Viver Depois de Ti há dois ou três anos e adorei. Desde essa altura que quero voltar a ler algo da autora mas ainda não calhou.
De vez em quando sabe bem ler uma destas leituras levezinhas :)
Beijinhos e boas leituras
Olá, Sara!
EliminarSim, uma leitura levezinha é bem terapêutica e necessária de vez em quando. Tenho que ler "Viver depois de ti" nem que seja para comprovar a evolução da autora desde este romance. Depois digo-te que tal correu.
Beijinhos e leituras muito saborosas.