Ficha técnica
Título – A
ilha das quatro estações
Autora – Marta Coelho
Editora – Clube do Autor
Páginas – 420
Datas de leitura – de 08 a 11 de agosto de 2017
Opinião
Do cais
da rotina, das leituras exigentes e que reclamam uma atenção e uma entrega sem
reservas embarquei em direção a uma ilha dividida em quatro zonas que
correspondem a quatro estações, preparadas para receber os leitores e sobretudo
a jovens a braços com problemas, que aí se refugiem e tentem “aceitar os ventos
da mudança” para que possam finalmente abraçar a vida e voar.
A ilha das quatro estações é uma obra que encaixa na perfeição no
rótulo de literatura juvenil. Chegou à estante como um bónus, uma espécie de “recebes
dois quando pediste apenas um”, pois veio na companhia da obra que li antes, as
duas gentilmente oferecidas pela editora Clube do Autor. É de autoria de Marta
Coelho, até hoje, uma autora que desconhecia por completo, mas que, segundo a
informação bibliográfica presente numa das abas laterais, pertenceu à equipa de
autores que escreveu algumas séries juvenis e telenovelas. Conta, tal como
referi no parágrafo anterior, a viagem e estada de alguns jovens na Ilha das Quatro
Estações, um projeto que visa ajudá-los, através de uma terapia ocupacional, a
superarem problemas das mais variadas índoles.
Catarina,
Santiago, Misha e Rute têm praticamente a mesma idade e estão na ilha com o
mesmo objetivo – fechar a porta (quem sabe definitivamente) ao lado escuro, aos
demónios pessoais que os atormentam e que não lhes permitem desfrutar de uma
vida que mal começou. Ingressados na ilha ou por traumas, perdas ou por serem
vítimas de violência, os quatro acolhem-se uns aos outros e, num ápice,
transformam-se em amigos inseparáveis. Partilham alojamento, partilham as horas
de trabalho e partilham confissões. Todos são belos, todos são altruístas,
todos são ótimos companheiros e ótimos confidentes e todos são dignos de
compaixão, pois carregam fardos intensamente dolorosos. São personagens que nos
falam ao coração, ao nosso lado mais emotivo e puxam pela nossa lágrima fácil
(pelo menos puxou pela minha que está sempre prestes a cair!). Aliam-se de
forma simbiótica ao discurso da autora, composto por doses certas de lamechice e
por frases e expressões embebidas, por um lado, de otimismo, de encorajamento,
de sentimentos à flor da pele, de borboletas no estômago e, por outro, de dor, escuridão,
luto, angústia, prostração e desistência.
Uma
narrativa de jovens e para jovens. Escrita de forma simples, mas muito
certeira. Passada numa ilha que parece demasiado irreal, povoada, porém, por
protagonistas que padecem de dores e problemas tipicamente juvenis e atuais. Uma
narrativa que encerra deixando no ar muitas questões sem respostas e abre a
possibilidade de uma sequela. Uma narrativa que se nos aninha no peito, nos
abraça, nos embala como uma canção romântica e que apenas exige que mantenhamos
a porta dos sentimentos escancarada. Uma narrativa ideal para intervalar com
narrativas mais densas e mais tortuosas e para levar no saco de praia.
Gostei
e aconselho a quem se quiser recuar no tempo e recordar as dores e as paixões
da juventude, a quem estiver ainda a saborear os docemente turbulentos anos da
juventude ou a quem estiver a precisar de mergulhar em doses “quase industriais”
de lamechice.
Agradeço a gentileza da editora que me enviou esta obra em troca da correspondente leitura e opinião.
NOTA –
07/10
Sinopse
Aqui não são permitidos
telemóveis, computadores nem tablets. Só te resta viver.
Onde todos os sonhos são
possíveis.
Este é o livro com que todos os
jovens se conseguem identificar, uma história atual e relevante sobre os
receios, as paixões, as fragilidades e a força de quatro jovens à procura de um
novo rumo.
Cat sentia-se sem rumo e não
queria ver ninguém. Tiago só desejava poder voltar a viver como antes. Misha
isolara-se do mundo à sua volta. Rute precisava de vencer uma batalha muito
dolorosa.
Os seus caminhos cruzam-se na
ilha e, juntos, preparam-se para enfrentar os seus demónios pessoais. Mas há
quem tenha outros planos para eles…
Será que a tua vida pode mudar
quando tudo parece correr mal?
Olá Ana,
ResponderEliminarAinda não li este livro, mas parece-me muito interessante :9
Beijinhos e boas leituras
Olá!
EliminarÉ levezinho, lê-se numa assentada, aborda alguns temas bem atuais e está recheadinho de amor :) :)
Beijinhos e leituras saborosas!