Ficha técnica
Título – As
impertinências do Cupido (versão e-book)
Autora – Ana Gil Campos
Editora – Coolbooks
Páginas – 112
Datas de leitura – de 29 de julho a 01 de agosto de
2017
Opinião
Para
grande alegria minha, no final do mês de junho fui contactada pela autora Ana
Gil Campos, informando-me que havia publicado o seu último livro e se eu
estaria interessada em lê-lo.
Confesso
que até aquele momento nunca havia lido nenhum livro seu nem conhecia o nome da
autora. Porém, aqui estava o destino a provar-me que, por um lado, o meu
cantinho na blogosfera está a atingir voos mais altos e que, por outro, há muitos
autores talentosos em busca de um merecido reconhecimento e que, para o
tentarem encontrar, servem-se de estratégias como oferecerem exemplares a
leitores que, como eu, não rejeitam nenhuma oportunidade de leituras grátis J
Tal
como referi no balanço mensal de julho, esta oferta e outras provenientes de
uma editora foram motivo mais do que suficiente para interromper a maníaca
ordem cronológica das minhas leituras. Sendo assim, mal terminei a obra de
Ondjaki, voltei a atenção para o tablet e em dois dias concluí a narrativa que
se divide em capítulos curtinhos e que permite ao leitor percorrer algumas ruas
de um bairro paulista, entrar em casa de alguns dos seus habitantes e espreitar
as suas vidas amorosas.
As impertinências do Cupido é um livrinho com poucas páginas, mas
que está recheado de personagens. São mais de uma dezena de homens e mulheres,
alguns mais novos e outros mais velhos, com mais ou menos experiência no que
toca às artes do amor e que, de forma caricatural, irónica e divertida,
partilham com o leitor o que buscam numa possível alma gémea, como suportam as
múltiplas traições do cônjuge, como se questionam se terá valido a pena
casar-se logo após a noite de núpcias ou como, estando a poucos metros da
pessoa amada, lhe confessam o seu amor enviando “postando” mensagens nas redes
sociais.
Depreende-se
assim que o objetivo, a mensagem desta obra é retratar com que fios se tecem as
relações amorosas de hoje em dia. A autora arma-se de um estilo muito fresco,
leve e com travos de ironia e conduz-nos por uma realidade que de ficcionada
nada tem, porque frequentemente abanei a cabeça em sinal de concordância, bufei
de algum desespero ou dei uma pequena risada perante os muito verídicos
exemplos da velocidade com que se parte e se sai de uma relação, com o
comodismo de encontrar apenas defeitos na outra pessoa e com o quanto se tem
que batalhar todos os dias, sem descanso para que uma relação, por um lado,
resulte e, por outro, não caia na estagnação e nem perca a cumplicidade, o
fulgor e o brilho que surge no olhar de um enamorado.
Também
se depreende, através do que foi dito até aqui, que gostei de entrar pela
primeira vez no mundo das letras de Ana Gil Campos. Senti segurança e
maturidade na sua escrita, apreciei os seus breves apontamentos satíricos de
gente comum, mas considero que os mesmos pecaram nessa brevidade, o que me
impediu de me aproximar de qualquer personagem. Não foi possível criar
afinidades, porque, mal estava a conhecer uma personagem, deparava-me com o
final do capítulo e consequentemente com o encerro da sua história… Queria mais
e não mo deram… Espero que, numa próxima obra, a autora se debruce numa
narrativa mais extensa, mais complexa, com personagens também elas mais
complexas. Aqui estarei para lê-la!
Resumindo,
aconselho esta leitura para esta época do ano, para leitores que queiram
desfrutar de algo levezinho, divertido e que lhes arranque uma ou outra risada
ou um ou outro sorriso travesso.
Resta-me
agradecer – e muito – a gentil oferta da autora e desejar-lhe um futuro muito
risonho, que lhe possibilite seguir com a sua paixão pela escrita – talento não
lhe falta – e alcançar o reconhecimento que seguramente merece.
NOTA –
07/10
Sinopse
No Itaim Bibi, um bairro nobre
de São Paulo, tudo parece sereno, entregue às rotinas diárias. Sob esta
aparência tranquila, porém, as vidas íntimas dos seus moradores são
atravessadas por inúmeras aventuras.
Ao longo deste livro, somos
convidados a espreitar à janela de cada personagem, partilhando os seus
segredos e confidências, sorrindo com as suas conquistas e suspirando com as
suas frustrações.
Num registo divertido, Ana Gil
Campos traça um retrato plausível e cru do que são as relações amorosas nos
dias de hoje, bem mais complexas e problemáticas do que um olhar menos atento
consegue captar.
também li este a convite da autora, e achei muito engraçado, leve, bem escrito :) a Ana foi de uma gentileza enorme ao facultar a cópia.
ResponderEliminarOlá, Bárbara! Sê bem-vinda ao meu cantinho!
ResponderEliminarÉ uma leitura refrescante e muito bem escrito, sem dúvida! A Ana foi realmente muito querida! Espero ler mais dela!
Beijinhos e volta sempre!
Fizeste muito bem em esquecer um bocadinho a ordem de chegada para nos matares a curiosidade sobre estas novidades. Se soubesses há quantos anos (décadas?) tenho ali uns livros para ler...
ResponderEliminarGostei da forma como abordaste este livro, realçando o que de mais positivo tem.
Paula
Pois, a mania das leituras cronológicas tem mesmo a ver com o "limpar o pó" a todos os livros da estante e não deixá-los cair no esquecimento! Mas não penses que as manias são sempre gostosas ;)
EliminarObrigada, tentei fazer-lhe justiça!
Beijinhos!