Setembro é mês de Feira do Livro na
“minha” Invicta. Apesar de ainda não ter “abraçado” este novo modelo do certame
(sinto muitas saudades do formato anterior – em maio, com stands das editoras e
o apoio da APEL), nunca resisto ao seu chamamento e durante umas horas de um
dia percorro todas as “barraquinhas” de caderninho na mão, em busca de leituras
com muito sabor e a preços apetitosos.
Este ano saí de lá carregada com
três livrinhos que foram as únicas aquisições deste mês que findou. Depois de
muito negociar com o maridinho, sempre à espera que ele me dê carta-branca para
cometer loucuras literárias, resolvemos repartir equitativamente os gastos. Sendo
assim, comprámos Uma praça em
Antuérpia, um livro ao qual o N. já piscava o olho há algum tempo e As horas distantes, da
maravilhosa Kate Morton e que veio para as minhas mãos pela deliciosa maquia de
dez euritos. A terceira aquisição foi mais pensada porque teria que ser um
livro que agradasse de igual forma aos dois. No stand da editora Tinta da China fomos saudados por um dos
romances que mais me atrai ultimamente e que saberia que daria ao N. a
oportunidade de ler sobre a Guerra Civil espanhola na perspetiva de um autor
espanhol. Contudo, para nossa surpresa e desagrado, As vozes do rio Pamano, de Jaume Cabré estava apenas com dez
por cento de desconto (inacreditável, numa Feira do Livro, que o desconto seja
igual ao que podemos ter em qualquer supermercado ou livraria…) e, como tal,
optámos por comprar Eu Confesso,
do mesmo autor, e cuja sinopse nos prometia uma entrada em grande no mundo deste
escritor catalão.
A meados do mês a mamã presenteou-me
com a quarta e última obra nova que habita na minha estante. Ao contrário do
habitual, a minha querida B. sentiu-se tentada pelo mundo das letras literárias
e adquiriu o último livro de Joel Neto – A
vida no campo. Leu-o (suspeito que na diagonal…) e, como sabe que tenho paixão pelo autor, não viu inconveniente nenhum (pelo contrário) que o mesmo
viajasse da sua estante para a minha. Poderias fazê-lo mais amiúde, mummy ;)
No que diz respeito às leituras e tal como tem vindo a acontecer,
setembro repetiu os números de agosto e de outros meses anteriores. Li cinco
livros, um deles partilhado com o filhote e outro uma releitura.
Não poderia ter aberto o mês da
melhor forma. O segredo da casa de
Riverton confirmou aquilo que suspeitava – que Kate Morton sabe como
enfeitiçar o leitor e que, uma vez atrapados nas teias das suas suculentas
narrativas, de lá nunca mais sairemos nem queremos fazê-lo. Uma das leituras do
ano. Sem qualquer tipo de dúvida.
É normal que a leitura que se segue
a uma tão absorvente sofra por comparação. Ainda por cima as expectativas eram
altíssimas e por isso a queda foi bem mais dolorosa. A minha estreia nas letras
de Ana Margarida de Carvalho, com Que
importa a fúria do mar, não foi auspiciosa e manter-me-á, até que algo
ou alguém me convença do contrário, distanciada de outras obras suas. Não
gostei o barroco que impregna o seu estilo literário e sei que esse travo
amargo que deixou como rasto me impediu de acarinhar personagens
enigmaticamente saborosas como Joaquim, o protagonista.
Para travar a minha sede de não ver diminuir
a prateleira dos livros por-ler e porque Almudena seria a escolha acertada para
recuperar de uma leitura mais frouxa, voltei às releituras com uma das “minhas”
autoras. Reli Los aires difíciles,
um calhamaço de quase 800 páginas e saí da mesmo revigorada, ainda mais
apaixonada pela AG (como a minha querida Sofia a chama) e convencidíssima que
há que reler TUDO o que tenho em casa escrito por esta autora fenomenal e que
conhece como poucos o enredado que somos como seres humanos.
Terminei o mês regressando ao mundo
de Patrícia Reis e lendo a sua última obra – Gramática do medo – escrita em parceria com Maria Manuel
Viana. A sua escrita simples, poética e sentida voltou a agasalhar-me e a acariciar-me,
mas não me senti plenamente confortável e aconchegada, talvez porque, por um
lado, queria mais, queria respostas para portas abertas e nunca mais encerradas
e por outro queria que outras nunca tivessem sido escancaradas.
O mês de setembro também pôr ponto
final numa das leituras que vou partilhando com o filhote. Foi uma leitura que
se arrastou de novo por muitos e muitos dias e que serviu para confirmar que,
por muito que o D. goste de ler, gosta ainda mais de outros passatempos mais
entusiasmantes. Serviu ainda para que ele mostrasse vontade de continuar com as
suas leituras de uma forma mais independente, ainda que suspeite que as mesmas continuarão
a demorar o seu tempo a chegar ao fim.
Cinco leituras e quatro aquisições.
Setembro foi assim um mês bem preenchido. Espero que o vosso também tenha sido.
Deixo-vos por fim o link que vos permite aceder à opinião
completa das obras lidas este mês:
Olá Ana,
ResponderEliminarAh livrinhos bons! Como sabes adorei o "A Praça de Antuérpia" e quero muito ler "As Horas Distantes" da Kate Morton e o "A Vida no Campo", do Joel Neto. O Cabré confesso que não conheço, mas estou curiosa com todas as tua opiniões.
Foi um excelente mês. As feiras dos livros, sejam em que formato for são sempre tentadoras :)
Beijinhos e boas leituras
Olá, Isa!
EliminarSim, foi um mês excelente e as novas aquisições são muito tentadoras - depois direi o quanto :)
Quanto à Feira do Livro do Porto, lá terei que habituar-me... É a que tenho mais perto...
Beijinhos e leituras com muito sabor!
Olá Ana
ResponderEliminarEsses livros que chegaram À tua estante parecem-me bem auspiciosos :)
Tenho mesmo de ler algo de Kate Morton.
Foi um bom mês!
Beijinhos e boas leituras
Olá, Sara!
ResponderEliminarSim, tens MESMO que ler Kate Morton!!!!!
Foi um bom mês que espero que se repita, porque teve um sabor mesmo muito bom!
Beijinhos e leituras com muito sabor!
Que sorte teres um marido com quem partilhar leituras (e respectivas despesas, já agora)!
ResponderEliminarAndamos desencontradas na Kate Morton: esse ainda não tenho, mas este mês o que li foi Amores Secretos. O título em português ficou mesmo piroso, parece um Arlequim, mas o conteúdo continua excelente, com um enredo muito bem urdido.
Paula
Sim, é muito bom ter alguém ao nosso lado que vibra com o mesmo que vibramos! Conduz à partilha e também à poupança!
EliminarAi, Paula, Kate Morton é mesmo fabulosa, traduzam-lhe os títulos das obras de forma pirosa ou não! Fica a sugestão desse que leste. Ainda não mora na minha estante, mas há-de morar, sem dúvida!
Beijinhos e leituras com muito sabor!