Uma terra chamada liberdade, de Ken Follett


Ficha técnica
Título – Uma terra chamada liberdade
Autor – Ken Follett
Editora – Editorial Presença
Páginas – 453
Datas de leitura – de 29 de junho a 03 de julho de 2016

         Opinião
         Ken Follett não desilude. Não me deslumbra, mas tão pouco desilude.
Quando leio um livro deste autor de bestsellers sei que não me irei deparar com uma narrativa excecionalmente bem escrita. Nem com personagens intensas, vibrantes, inesquecíveis. Sei que encontrarei a receita infalível para que Ken Follett venda livros que nem pão a nível mundial – um enredo envolvente, uma contextualização histórica verosímil e bem documentada, um leque de personagens interessantes, com vilões e heróis, uma história de amor (pelo menos) que derruba adversidades atrás de adversidades e frequentes descrições de quentíssimos atos de cariz sexual (que me fazem suspeitar que o autor tem uma boa tara por aquilo que diz respeito a envolvimentos carnais J).
Ora, tudo isto está presente em Uma terra chamada liberdade. Viajamos até aos finais do século XVIII e ao longo das mais de quatrocentas páginas percorreremos três grandes espaços – as terras altas de Escócia, a capital inglesa e as plantações de tabaco do estado da Virgínia, nos Estados Unidos. Acompanharemos personagens provenientes de estratos sociais diferentes, das quais se destacam Mack McAsh, trabalhador condenado a uma vida de escravidão nas minas de carvão do seu país e Lizzie Halim, uma aristocrata, cujos comportamentos rebeldes pouco femininos nada se adequam ao que espera de uma jovem menina da sua classe. As vidas dos dois acabarão fatalmente por se cruzar e será a sua epopeia em busca da liberdade que dará cor e interesse à narrativa.
Aliada à história de Mack e Lizzie, a contextualização epocal é outra das mais-valias desta obra como de outras escritas pelo autor. Neste caso, damos um salto no tempo e conhecemos a instabilidade política e económica que se vivia por terras de Sua Majestade nos finais de 1700, as condições miseráveis em que os menos favorecidos viviam, a escravidão praticada pelos nobres na exploração mineira e posteriormente as sementes que brotaram e levaram ao nascimento de uma nação em terras americanas, de uma nação onde supostamente todos poderiam travar uma luta mais justa pelo sonho de ser livre. Livres dos grilhões ditados por classes sociais, por condições de vida ou por inconcebíveis regras que proibiam, por exemplo, uma mulher de cavalgar “à homem”.
Sendo assim, para quem busque uma leitura com todos estes ingredientes, recomendo que leiam esta obra e já agora qualquer uma que Ken Follett escreva ou tenha escrito, pois, mesmo confessando não ser a sua maior fã, tenho que admitir que o papei com alguma sofreguidão e que não me arrependo das horas que o tive entre mãos.

NOTA – 7,5/10

Sinopse

Condenado à nascença a uma vida de escravidão, Mack McAsh vê-se forçado a trabalhar nas minas de carvão da Escócia, no ano conturbado de 1766. Porém, Mack não perde a esperança de ser livre. Inesperadamente, encontra uma aliada. Lizzie Hallim é a bonita aristocrata rebelde e determinada que, apesar da sua condição, também se encontra aprisionada em intrigas e jogos de poder. Devido às ideias progressistas de Mack, Sir George, senhor das terras e dono da mina, dificulta-lhe a vida, obrigando-o a fugir. Num volte-face é Lizzie quem o ajuda. Os dois jovens não sabem que em breve a paixão será tão avassaladora no velho mundo como no novo. Das minas de carvão da Escócia às sujas ruas da Londres, passando pelas plantações de tabaco na Virgínia, os dois enamorados querem apenas conquistar algo para as suas vidas: a liberdade.

4 comentários:

  1. Olá Ana,
    É verdade. Ken Follet não desilude! Embora não tenha sido perfeito.
    Gosto muito deste autor. espero ler este livro.
    Beijinhos e boas leituras

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    1. Olá, Isa!
      Não é uma leitura deslumbrante, fica aquém de outras do autor, mas ele sempre consegue que leia qualquer uma das suas obras de uma assentada, por isso tenho que reconhecer-lhe esse mérito.
      Sim, recomendo que o leias, ainda por cima porque já o conheces e gostas!
      Beijinhos e boas leituras!

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  2. Olá Ana
    Li pela primeira vez um livro do autor no ano passado e gostei muito. Li outro já este ano e não adorei mas também não desiludiu. Vou querer ler todos os seus livros.
    Beijinhos e boas leituras

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    1. Olá, Sara, e sê bem-vinda ao meu cantinho!
      Já li vários de Ken Follett e os meus favoritos (aqueles que aconselho) são as sagas, ou seja, as 3 obras da trilogia "O século", "Pilares da Terra" e "Mundo sem fim". É um autor que nunca desilude, embora nem sempre me deslumbre.
      Fico à espera das tuas opiniões.
      Beijinhos, boas leituras e volta sempre!

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