A fada Oriana, de Sophia de Mello Breyner Andresen


Ficha técnica
Título – A fada Oriana
Autora – Sophia de Mello Breyner Andresen
Editora – Porto Editora
Páginas – 96
Datas de leitura – de 18 a 31 de dezembro de 2016


Opinião
Como trabalho de casa para férias, a professora de português do D. pediu-lhe que lesse uma das obras de leitura obrigatória que faz parte do programa de quinto ano.
Como é habitual, o filhote sondou de imediato a mãe para uma leitura em conjunto. Acedi de bom grado, não só porque ler na companhia do D. são momentos de cumplicidade, de ternura e de partilha de conhecimentos, como também me permitem acompanhar de perto esta etapa da vida escolar do meu pimpolho.
A leitura foi fluindo com um parágrafo lido à vez e com esclarecimentos de dúvidas de significado de palavras mais difíceis. Fomos percorrendo a floresta e a cidade seguindo os passos da fada Oriana e conhecendo as pessoas, os animais e as plantas que se iam cruzando com ela e em cujas vidas Oriana, com a sua varinha de condão, ia deixando um pouco de alívio, de companhia, de comida, de dinheiro e de conforto. O carinho pela pequenina fada foi consequentemente crescendo, o que levou a que o meu filhote se angustiasse perante os contratempos que a protagonista da obra teve que ultrapassar para amadurecer e reconhecer o papel de suma importância que uma fada tem nas vidas dos que habitam a sua floresta.
Não posso dizer que tenha ficado deslumbrada com a leitura, suspeito que o meu filhote também não. Mas consigo reconhecer que, linguisticamente, é um livro adequado à faixa etária de um aluno de quinto ano, pois a linguagem é bastante acessível, as frases e os parágrafos são curtos e abundam exemplos que se revelarão muito úteis para o estudo das características do texto narrativo e de alguns recursos estilísticos como a personificação. Contudo, continuo a insistir que, se o Ministério de Educação não alargar os seus horizontes e incluir no mapa das leituras obrigatórias obras mais atuais e que vão ao encontro de crianças que vivem em plena era tecnológica, não contribuirá para que essas mesmas crianças ganhem aquele gostinho tão saboroso pelo mundo dos livros e das leituras.
Resumindo, o trabalho para férias foi feito. A obra foi lida e saboreada. O D. já pode regressar ao mundo do futebol, do Rodrigo e do Rafael e aos seus Heróis do futebol!

NOTA – 08/10

Sinopse
Dizia Sophia que as fadas são seres da natureza. Queria com isto lembrar que elas nascem da nossa capacidade de atribuir vida, vontade e intenções ao mundo da natureza.
Em A Fada Oriana, encontramos o dom da proteção sobre os seres mais frágeis que vivem numa floresta, encontramos as tão humanas oscilações entre a solidariedade, o sentido da responsabilidade e o egoísmo e a vaidade. Encontramos, como é próprio de muitos contos tradicionais e para a infância, as peripécias de uma luta entre o bem e o mal.
Livro Recomendado pelo Plano Nacional de Leitura
5º Ano de Escolaridade

Leitura Orientada

4 comentários:

  1. Olá Ana,
    Que nostalgia boa!! Estou desejosa de fazer isso com o meu filho. Tenho saudades dos livros que li na escola e nunca mais lhes peguei. Este é um marcante para mim.
    Beijinhos e boas leituras para ti e para o teu pequenote

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    1. Isa, é um momento tão doce, esse que partilhamos com os filhotes e os livros! Não há nada melhor! São mistura de um pouco de tudo - saudades, partilha de conhecimentos, nostalgia e muito, muito amor!
      Beijinhos e leituras muito saborosas para ti e para o teu pequenote!

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  2. Adoro a poesia da Sophia mas confesso aqui a heresia de não ser fã das suas histórias infantis. Acho que a literatura é unissexo, mas há realmente histórias que apelam mais às meninas e já imagino o enfado do meu filho para o ano a ler isto.
    É verdade que há crianças que não terão contacto com certo tipo de literatura (ou com a literatura no geral) se não for através da escola, mas há livros recomendados tão áridos, tão sem graça, tão artificiosos, que dificilmente contribuirão para esse gosto de que falas.
    Paula

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    1. Estamos mais uma vez em sintonia, Paula, e apesar do meu pequenote não ter desgostado da fada e das suas desventuras, sei que há leituras bem mais apelativas para ele e para qualquer criança da idade dele, seja rapaz ou rapariga... Só o Ministério da Educação não o vê - que o contacto com essa literatura dita mais importante virá com o tempo e a busca de leituras diferentes (como aconteceu comigo).
      Beijinhos e leituras muito saborosas para ti e para o teu filho.

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