Ficha técnica
Título – Uma
praça em Antuérpia
Autora – Luize Valente
Editora – Saída de Emergência
Páginas – 352
Datas de leitura – de 07 a 13 de março de 2017
Opinião
De volta
à Segunda Grande Guerra.
Comprámos
este livro na Feira do Livro do ano passado (sim, já estou nas leituras de
setembro J). Recomendei-o ao maridinho,
sugeri-lhe que lesse a sua sinopse e mais não foi preciso. Uma praça em Antuérpia foi a sua “compra individual”
(tínhamos “direito” a comprar um livro para cada um e outro que agradasse a
ambos).
Nenhuma
leitura que seja sobre este conflito que me fascina é um desperdício de tempo.
Nenhuma. Porque todas me alimentam o fascínio, todas me fazem saber um pouco
mais e todas me transportam para uma época que infelizmente me obriga a
compreender melhor o que se vai passando mais de setenta anos depois. Esta de
Luize Valente tão-pouco foi uma perda de tempo, pois não só me alimentou o
referido fascínio, me alargou os conhecimentos sobre a referida contenda, como
também me proporcionou regressar a Antuérpia após lá ter estado há 6 anos.
Foi
assim uma leitura perfumada com um cheirinho muito pessoal, de nostalgia e de
recordações soberbas de umas férias por terras belgas.
Quem
consulta a sinopse de Uma praça em
Antuérpia fica a par da trama da obra e das suas protagonistas, cujas
vidas serão viradas do avesso com o estalar da guerra e sobretudo com a chegada
do exército nazi a terras belgas. Clarice e Olívia são duas irmãs gémeas
portuguesas detentoras de um carácter doce mas determinado e com as quais
facilmente criamos empatia. São obviamente as personagens principais da obra,
embora os percalços da vida de uma ganhem primazia face à existência mais
pacata da outra. É uma delas que por causa de um grande amor saltita entre duas
cidades portuguesas e passará os momentos mais felizes da sua vida na florescente
cidade de Antuérpia. É também as recordações dessa gémea que unem pontos
desfeitos e criam ligações entre os anos 30 e 40 e os primeiros dias do novo
milénio.
A
narrativa está assim dividida entre o passado e o presente e à medida que vamos
avançando na sua leitura vamos compreendendo que a obra está repartida num
prólogo e em mais cinco partes. Somos detentores, desde as páginas iniciais, da
revelação de um dos fatores principais (senão do principal) para o desenrolar da
trama e todas as suas restantes páginas são um buscar do porquê, do como, do
quando e do onde. Não considero que a opção da autora em fazer essa revelação
tão prematuramente faça decrescer o interesse do leitor pelo que se passará nos
seguintes capítulos. Acho sim que Uma
praça em Antuérpia nos proporciona uma leitura deveras interessante,
com personagens atrativas e um enredo aliciante. Só creio que o final peca por
parecer pouco credível e rebuscado, o que sempre me faz torcer o nariz e
consequentemente baixar a pontuação final.
Já
referi nesta opinião que a leitura desta obra foi muito aprazível não só pelo
seu conteúdo, mas igualmente porque trouxe ao de cima recordações de dias
recheados de sabor. Uma das protagonistas chega a Antuérpia de comboio e
deslumbra-se com a majestosidade da estação da cidade. Também eu, há seis anos
atrás, segui os passos de Clarice e fiquei longos minutos a admirar a beleza de
Antwerpen Ceentral, a compará-la a uma catedral. A mesma personagem viveu
momentos inesquecíveis em Grote Markt, a praça principal da cidade. Também eu
percorri com os olhos todos os seus cantinhos, contemplei os seus edifícios, as
estátuas que encimam alguns deles, a fachada repleta de bandeiras da sua câmara
e os pormenores da estátua central cuja lenda nos informa da origem do nome da
cidade. Estive apenas um dia em Antuérpia, mas não mais esquecerei a
sumptuosidade da sua arquitetura e o facto de o meu filhote ter compartilhado
breves momentos de brincadeira com um menino judeu, num jardim polvilhado de
família judias, com as suas vestes e penteados tradicionais.
Deixo-vos
por fim algumas fotos que comprovam a minha passagem por Antuérpia e que vos
podem abrir o apetite não só para visitar a cidade como também para ler o
quanto a mesma foi determinante para moldar Clarice enquanto mulher de um
carácter doce e determinado.
Interior da Estação de Antuérpia
Exterior da Estação
Grote Markt
Grote Markt
NOTA - 08/10
Sinopse
Há uma saga que ainda não foi
contada sobre a Segunda Guerra Mundial: a história de duas irmãs portuguesas,
Olívia e Clarice. Olívia casa-se com um português e vai para o Brasil. Clarice
casa-se com um alemão judeu e vai morar em Antuérpia, na Bélgica. Ambas vivem
felizes, com maridos e filhos, até que a guerra começa e a Bélgica é invadida.
Para escapar da sombra nazi que vai devorando a Europa, a família de Clarice conta com a ajuda de Aristides de Sousa Mendes, o cônsul que salvou milhares de vidas emitindo vistos para Portugal, em 1940, enquanto atuou em Bordéus, França. A família recebe o visto mas, ao chegar à fronteira de Portugal, um destino trágico a espera... Destino que vai mudar e marcar a vida das irmãs para sempre, por causa de um segredo que só será revelado sessenta anos depois.
Para escapar da sombra nazi que vai devorando a Europa, a família de Clarice conta com a ajuda de Aristides de Sousa Mendes, o cônsul que salvou milhares de vidas emitindo vistos para Portugal, em 1940, enquanto atuou em Bordéus, França. A família recebe o visto mas, ao chegar à fronteira de Portugal, um destino trágico a espera... Destino que vai mudar e marcar a vida das irmãs para sempre, por causa de um segredo que só será revelado sessenta anos depois.
Olá Ana,
ResponderEliminarEu já li este livro há algum tempo e adorei!! Que bom que gostaste!!
Beijinhos e boas leituras
Olá, Isa!
EliminarEu lembro-me de teres escrito maravilhas sobre esta obra.
Para mim, para além do tema que me fascina, proporcionou-me uma leitura muito pessoal, já que me senti muito ligada a Clarice e a tudo que ela recordava de Antuérpia!
Valeu a pena!
Beijinhos e leituras muito saborosas.
Olá Ana
ResponderEliminarQuero muito ler este livro! Não conhecia ou nunca tinha reparado, mas parece uma cidade bonita.
Beijinhos e boas leituras
Olá, Sara!
EliminarAntuérpia é uma cidade muito bonita e mesmo que a visão que tenhamos dela na obra seja dos anos 40, chega para ter vontade de lá ir!
Boa leitura! Espero que te arrebate!
Beijinhos e leituras com muito sabor!