Sexta-feira, 22 de abril de 2011
De novo com um livro de Patrícia Reis entre as minhas mãos e que leitura tão enternecedora e saborosa! Como é que alguém pode resistir a degustar um livro que na contracapa nos oferece esta passagem – “Meu amor, é longa a história eu sei. Quando chegares, cá estarei e não contes com o meu silêncio, a porta está aberta e serei imprevisível. Ando a treinar. E sei ao que vou. Não serei o mesmo e, apesar disso, serei eu. Aquele que tu escolheste quando entraste na sala de aula, tão pequenina, aquele ao lado de quem te sentaste. Sou ainda o teu estranho mais íntimo e, mesmo que tenham passado por ti outros tantos, serei sempre o teu primeiro homem”. Eu não consegui… E, mais uma vez, apesar de este romance, tal como outros que já li/devorei desta autora, estar impregnado de uma tristeza nostálgica, de mágoa por uma não-realização de sonhos e expetativas, entreguei-me por completo à sua leitura, sofri e senti com o protagonista, Pedro, e voltei a apaixonar-me pela escrita dolorida desta escritora que me cativa mais e mais!...
Aqui fica a sinopse:
O
princípio possível começa na Figueira da Foz, uma cidade que é uma espécie de
décor, guardiã de memórias de Verão e outras vivências. Um miúdo apaixona-se na
idade em que os sentimentos são voláteis e sem importância. O objeto do seu
amor é uma rapariga difícil, esquiva e perturbada. Há a morte da mãe dela, as
tardes de praia no areal imenso, as idas a Buarcos, as festas do Casino. E
ainda um pai tímido e um tio criativo atrelado a um cão chamado Tejo. O amor
não se desfaz com o tempo. O miúdo chega a rapaz e depois faz-se homem. Parte
para Lisboa mas regressa sempre, como uma fatalidade. Espera que ela, a mulher
que o obriga a parar no tempo, volte também à cidade, tome conta da sua herança
e lhe dê outra vida.
Enquanto
espera, acompanha o pai dela na doença, organiza papéis e pensamentos, vai a
funerais, pendura um Canaletto precioso. Herda a casa que, em tempos, foi chão
sagrado para ela; ela, que finge que não está.