Domingo, 14 de abril de 2013
Sinopse
Esta é a história de quem, no momento mais árido da
vida, se surpreende com a manifestação ainda de uma alegria. Uma alegria
complexa, até difícil de aceitar, mas que comprova a validade do ser humano até
ao seu último segundo. A máquina de fazer espanhóis é uma aventura
irónica, trágica e divertida, pela madura idade, que será uma maturidade
diferente, um estádio de conhecimento outro no qual o indivíduo se repensa para
reincidir ou mudar. O que mudará na vida de antónio silva, com oitenta e quatro
anos, no dia em que violentamente o seu mundo se transforma?
Opinião
ADOREI
ler A máquina de fazer espanhóis!!!
O
seu primeiro capítulo apresenta-nos António Silva, um homem de 84 anos, que
perde inesperadamente o amor da sua vida, com quem esteve casado 48 anos, e se
vê “enfiado” num lar de terceira idade que ironicamente se chama “Feliz Idade”.
Apesar de a princípio acreditar que não lhe resta mais nada na vida a não ser
esperar pela morte, António começa de novo a dar algum valor aos seus dias
especialmente com as amizades que desenvolve com os seus companheiros do “Feliz
Idade” – o silva “da europa”, o anísio, o medeiros e o esteves “sem metafísica”
(supostamente o mesmo que protagoniza o poema A Tabacaria do heterónimo Álvaro de Campos.
É
um livro maravilhosamente bem escrito, recheado de momentos trágicos, tristes,
alegres, divertidos e que nos mostra, através da vida de António Silva, a
banalidade das nossas vidas e o quanto a velhice pode e é muitas vezes encarada
como um empecilho, o princípio da noite sem fim e não o fim de um produtivo dia.
Valter
Hugo também aproveita para usar o presente e o passado da vida de António como
exemplo do trajeto do nosso país nos últimos anos, da mentalidade do
portuguesinho que continua agarrado a um passado salazarista, a mesquinhices e
beatices e a queixar-se do presente e a pouco ou nada fazer para alterá-lo…
Por
tudo isto, esta obra é tão boa que só posso recomendá-la!
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