Sábado, 01 de setembro de 2012
Sinopse:
Com
12 anos, Fanny Price vai viver com os seus parentes ricos em Mansfield Park.
Inteligente, estudiosa e uma escritora com uma imaginação irónica e valores
éticos bastante seguros, aproxima-se bastante de Edmund, o único de entre os
seus primos que partilha da sua paixão pelos livros. Fanny, que com a idade se
tornou muito bonita e amável, depressa atrai as atenções de um vizinho, Henry
Crawford. O tio de Fanny, Thomas, fomenta o relacionamento entre os jovens mas,
para seu descontentamento, Fanny impõe a Henry que este prove ser digno do seu
amor. Enquanto Edmund corteja a irmã de Henry, e a relação entre o dinheiro de
Thomas e a escravatura do Novo Mundo se torna mais clara, Fanny tem de avaliar
a índole de Henry e defender o seu coração e a sua orientação.
Opinião:
O
Parque de Mansfield é considerado o romance
menos amado de Jane Austen, talvez porque a protagonista não é de modo nenhum
dotada de uma personalidade forte como, por exemplo, Lizzie de Orgulho e Preconceito. Fanny
Price provém de uma família pobre e numerosa, não é dotada de uma grande
beleza, é muito tímida e quase passa despercebida no meio de Sir Thomas e Lady
Bertram.
Durante a longa temporada que passa em
Mansfield Park apenas se aproxima do seu primo Edmund, por quem irá
apaixonar-se e sofrer até que este, depois de praticamente passar toda a
narrativa apaixonado por outra, se apercebe de que o que sente pela sua prima é
mais do que um amor fraternal.
Apesar de Fanny Price nos ser apresentada
com todas as características de uma anti-heroína, não pude deixar de sentir
alguma empatia por ela, principalmente nos momentos em que a detestável tia
Norris a rebaixa e a trata de uma forma quase desumana. Contudo, mesmo nesses
momentos deu-me vontade de lhe dar uns abanões e fazê-la reagir, porque ninguém
aguenta tanto sem ripostar!
Não posso também deixar de comentar o
final da obra, no qual Fanny consegue, finalmente concretizar o seu sonho
amoroso e acabar junto do homem que amava há anos. Obviamente que, para quem lê
a obra, seria esse o final previsível, mas, como mulher que se rendeu
indiscutivelmente aos encantos do orgulhoso Mr. Darcy, tenho que “criticar” a
escolha da autora! Jane Austen, ao não “permitir” que Fanny desse a
oportunidade que Henry Crawford, o seu pretendente mais fervoroso, merecia e,
consequentemente, não se apaixonando por ele, não possibilitou que o mesmo
fosse um exemplo do quanto as pessoas podem mudar com o poder do amor!...
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