Segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Há dias vi um filme sobre a juventude de Jane Austen e tenho que admitir que gostei muito. Foi ótimo saber que na vida desta autora houve uma grande história de amor, infeliz, é certo, mas uma história muito bonita que me fez chorar (por supuesto) e sentir um carinho ainda maior por ela!
O filme produziu mais “efeitos secundários”
– fez com que a vontade que andava a sentir há uns tempos de reler os livros de
Jane Austen se concretizasse. Assim, decidi começar por aquele que me havia
agradado muito da primeira vez que o li – Persuasão.
Quando começamos a leitura desta obra
encontramos Sir Walter Elliot e as suas duas filhas em dificuldades
financeiras, o que os leva a arrendar a sua casa por uns tempos e partir para
Bath, onde passará essa temporada. Os novos arrendatários são o Almirante Croft
e a esposa e, por coincidência, esta é irmã de Frederick Wentworth, com quem
Anne Elliot havia namorado oito anos atrás. O namoro não havia terminado bem,
já que o pai de Anne não via com bons olhos o facto de Frederick não possuir
fortuna suficiente para ser um bom partido para Anne. Para piorar a situação,
Anne deixou-se dominar pelo desespero e não contrariou a opinião do pai, o que
deixou Frederick muito magoado.
Passados esses oito anos, Anne vê-se
finalmente frente a frente a Frederick (agora um comandante da Marinha) e tudo
faz para esconder os seus sentimentos que não haviam mudado. A reação dele não
é diferente – mostra-se distante, cordial e até demonstra haver esquecido tudo
o que eles tinham vivido. Mas as aparências iludem e as “máscaras” dos dois
começam a cair à medida que convivem mais um com o outro e se apercebem de que
foram feitos um para o outro e de que nada nem ninguém os vai separar desta
vez.
Tal como nos habituou, Jane Austen
brinda-nos com um maravilhoso romance, onde as condições sociais influenciam os
relacionamentos, muitos membros e classes sociais favorecidas podem ter
comportamentos fúteis e atitudes frívolas e esquecer o que realmente importa. Persuasão é, na verdade, uma
simpática história de amor, escrita de uma forma simples mas bem elaborada e
exemplifica muito bem o estilo de narrativa salpicado de ironia de Jane Austen.
E são essas as características que me fazem admirar, há já bastante tempo, esta
autora inovadora do século XIX.
Esta releitura “disfarçada” de homenagem
irá continuar!
Sem comentários:
Enviar um comentário