Sábado, 24 de agosto de 2013
Sinopse:
Toulouse,
verano de 1939. Carmen de Pedro, responsable en Francia de los diezmados
comunistas españoles, se cruza con Jesús Monzón, un cargo menor del partido
que, sin ella intuirlo, alberga un ambicioso plan. Unos años después, en 1944,
Monzón, convertido en su pareja, ha organizado el grupo más disciplinado de la
Resistencia contra la ocupación alemana, prepara la plataforma de la Unión
Nacional Española y cuenta con un ejército de hombres dispuestos a invadir
España. Entre ellos está Galán, que ha combatido en la Agrupación de
Guerrilleros Españoles y que cree, como muchos otros en el otoño de 1944, que
tras el desembarco aliado y la retirada de los alemanes, es posible establecer
un gobierno republicano en Viella. No muy lejos de allí, Inés vive recluida y
vigilada en casa de su hermano, delegado provincial de Falange en Lérida. Ha
sufrido todas las calamidades desde que, sola en Madrid, apoyó la causa
republicana durante la guerra, pero ahora, cuando oye a escondidas el anuncio
de la operación Reconquista de España en Radio Pirenaica, Inés se arma de
valor, y de secreta alegría, para dejar atrás los peores años de su vida.
Opinião
"La Historia inmortal
hace cosas raras cuando se cruza con el amor de los cuerpos mortales".
Este
é o mote/a frase que nos acompanha durante as 715 páginas da obra e que, sem
dúvida alguma, é a inspiração de todo o seu desenrolar. E quanta verdade
encerra esta frase tão inspirada e inspiradora!...
Almudena
inicia com esta obra um projeto constituído por seis livros (que se poderão ler
de uma forma independente, embora tenham determinados elementos e passagens que
fazem a ligação entre todo o projeto, mas que não prejudicam uma leitura não
cronológica), ao qual chama de "Episodios
de una Guerra Interminable" e que nos levará a conhecer
acontecimentos, situações e momentos pouco conhecidos da recente História de
Espanha.
Estes
Episodios, segundo a própria autora,
são uma homenagem y um ato público de amor a um dos seus escritores de eleição
e à sua obra-prima - "Episodios Nacionales" de don Benito
Pérez Galdós. Abarcarão, nas seis obras que os integram, quase 40 anos de luta
ininterrupta de personalidades reais e de personagens fictícias e anónimas que,
com coragem, determinação, raiva e convicção, não desistirão de tentar pôr fim
a uma ditadura e repressão ferozes que dominaram Espanha desde 1939 até 1975.
Inês
é uma dessas personagens anónimas que, apesar de descender de uma família rica
e burguesa, aliada do regime de Franco, sente na pele a falta de liberdade e
luta contra a mesma primeiro alojando republicanos em sua casa durante a Guerra
Civil, o que resulta no seu encarceramento após a vitória de Franco.
Posteriormente, já do outro lado das grades mas ainda assim presa dentro das
paredes da casa do seu irmão, Inés não resiste a seguir o chamamento dos seus
camaradas e foge quando ouve clandestinamente o anúncio de uma invasão que será
levada a cabo pelos republicanos exilados em França e que sonham regressar ao
seu país - Habíamos luchado en Francia, pero no por Francia. En Francia, pero no para
Francia. En Francia o donde fuera, pero sólo para volver, para volver a casa.
(pág. 333).
Esta fuga de Inés e consequente reunião com os seus
camaradas será o ponto de partida para uma história como só Almudena nos pode
oferecer - tendo como pano de fundo a invasão fracassada do "Valle de
Arán", um episódio da História espanhola muito pouco conhecido e
convenientemente esquecido pelas duas frações - franquistas e comunistas - esta
narrativa que combina personagens fictícias e verídicas convida-nos a
juntar-nos a um grupo de militares e um punhado de corajosas mulheres que serão
aqueles que mais sofrerão e mais sentirão na pele e no seu íntimo o fracasso da
invasão cuidadosamente planeada mas que acaba em redondo fracasso, não pela
oposição oferecida pelo exército do regime (apanhado de surpresa), mas consequência
das lutas e desavenças internas no partido comunista...
Aliada a este pano de fundo histórico temos o amor
de Inés y de Galán (bem como o amor de outros compatriotas) que serão o motor
para que nunca desistam, para que lutem sempre pelos seus ideais, pelo sonho de
voltar a viver numa Espanha livre. E é esta junção de "la Historia
inmortal y del amor de los cuerpos mortales" que me fez apaixonar-me irremediavelmente
por mais uma obra da minha Almudena J
Inés é uma mulher que desde o início cativa
qualquer leitor, a sua força, as suas ganas de liberdade, a paixão que põe em
tudo o que faz, principalmente na cozinha (local que a relaxa, que a faz
sentir-se útil e bem consigo mesma) e o amor arrebatador que a une a Galán, são
características que fazem dela uma personagem inesquecível! Uma personagem que conquista
ainda mais afeto e admiração por nos dar a conhecer uma visão mais feminina de
uma luta e de uma guerra intermináveis, de alguém que não perde o ardor
revolucionário que a sempre guiou, mesmo fazendo parte do que podemos chamar a
retaguarda, ser um exemplo de todas as mulheres que nunca baixaram os braços,
que sempre apoiaram os seus amados, inclusive quando estes punham em risco as suas
vidas.
Para finalizar esta opinião que já vai longa, uma
referência à forma como está estruturada a obra - podemos dizer que está
dividida em duas grandes partes - temos 4 capítulos "ficcionais", ou
seja, que remetem para a história de Inés e dos seus camaradas e, intercalados
com estes, 3 capítulos cujo título aparece entre parêntesis e que são dedicados
às personagens verídicas, como a lendária "Pasionaria", ao partido
comunista e suas ações no pós Guerra Civil. Como leitora, apesar de entender o
porquê da inclusão destes "parêntesis", considero que, numa futura (re)leitura,
irei optar por ler todos os 4 capítulos de ficção seguidos e só depois lerei os
dedicados à História, aos factos verídicos, porque, assim, não sentirei tanto a
quebra no ritmo da narrativa e de certeza que ficarei a ganhar com o desenrolar
sem interrupções "del amor de los cuerpos mortales de Inés y de Galán"
J
Agora só me resta esperar pelo segundo volume destes
"Episodios" - El Lector de Julio Verne!!!
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