Sábado, 14 de fevereiro de 2015
Sinopse
Apesar
do milagre da medicina que fez diminuir o tumor que a atacara há alguns anos, Hazel
nunca tinha conhecido outra situação que não a de doente terminal, sendo o
capítulo final da sua vida parte integrante do seu diagnóstico. Mas com a
chegada repentina ao Grupo de Apoio dos Miúdos com Cancro de uma atraente
reviravolta de seu nome Augustus Waters, a história de Hazel vê-se agora
prestes a ser completamente reescrita.
PERSPICAZ,
ARROJADO, IRREVERENTE E CRU, A
Culpa é das Estrelas é a obra mais ambiciosa e comovente que o
premiado autor John Green nos apresentou até hoje, explorando de maneira
brilhante a aventura divertida, empolgante e trágica que é estar-se vivo e
apaixonado.
Opinião
Comecei o dia em que (comercialmente)
se comemora o amor lendo o desfecho de uma juvenil e tocante história de amor.
Uma história de amor que une dois adolescentes cujas vidas não são propriamente
as vidas típicas de quem tem 16 ou 17 anos. São vidas que, desde que se
lembram, estão intrinsecamente ligadas a uma doença terminal e à luta que vão
combatendo para que essa doença não leve a melhor.
Se refletirmos sobre esses três
elementos chave que determinam o desenrolar desta história – amor, juventude e
cancro – poderíamos pressupor que a sua leitura teria que estar acompanhada do
inevitável pacote de lenços (pelo menos para leitores como eu, que derramam lágrimas
com muita facilidade). Pelo contrário, apesar de ter vertido algumas, as mesmas
não são sinónimo de uma leitura lamechas. E essa não lamechice é, na minha
opinião, uma mais-valia desta obra. O seu estilo varia assim entre o cómico, o
irónico, o comovente, o realista e até, como nos é dito na sinopse, o cru.
Somos confrontados com passagens que espelham fidedignamente o que deve ser o
dia-a-dia de um doente terminal, com dores, medos, desânimos, que ora se sente
com pouca ou nenhuma vontade de levantar-se da cama, de enfrentar um mundo que
se compadece de si, ora tenta ignorar a proximidade da morte e decide desfrutar
dos dias que ainda são seus.
Hazel e Gus são o retrato disso mesmo.
E é quase impossível não nos apaixonarmos por eles… São adolescentes curiosos,
divertidos, sensíveis, amantes da leitura (o livro está sempre prontinho para
amaciar as longas horas de Hazel) e que trocam diálogos que espelham o quanto o
sofrimento e experiências duras os amadureceram.
Uma das coisas de que mais gostei
nesta obra foi o facto de os livros estarem por todo o lado. Sobretudo um,
fictício, é verdade, mas que se transformou numa Bíblia para Hazel e que teve e
terá um papel preponderante na sua vida de antes e na sua vida com Gus. Para
mim, é mais uma prova (se é que ainda preciso de provas…) de como o ato de ler,
de nos abstrairmos da realidade e todos os dias vivermos outras vidas,
experimentarmos outras sensações e sentimentos, identificarmo-nos ou não com
essas experiências, nos traz evasão, prazer, sabor, comunhão, enfim, um número
sem fim de razões para sermos mais felizes e mais cientes de nós mesmos e dos
outros.
A leitura de A Culpa é das Estrelas não foi a que mais me arrebatou até
hoje, mas fez-me sorrir, rir, chorar e refletir numa realidade que felizmente
não conheço de muito perto, mas acerca da qual temos que estar informados,
porque o conhecimento não é demais. E, não menos importante, com Hazel e Gus voltei
à adolescência, aos prazeres de um primeiro amor, que tanto nos arrebata e faz
esquecer o mundo J! Thank you for that!
NOTA – 8/10
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