Balanço mensal - livros lidos e (não) adquiridos em abril


Este mês, por incrível que pareça, não comprei nenhum livro. Nenhum mesmo. Cumpri assim a promessa que tinha feito cá em casa. Doeu cumpri-la, sobretudo quando o mail e o facebook me bombardeiam com novidades, com promoções e quando passo ao ladinho de bancas e bancas de livros à venda com descontos muito apetitosos… Mas promessas são promessas e eu faço questão de não as quebrar.
Quanto às leituras saboreadas no mês que findou, tenho que admitir que até eu estou surpreendida com o facto de em 30 dias ter lido 6 livros adultos e ter partilhado uma leitura infantil com o filhote.
Arranquei o mês terminando de ler Pasión India, de Javier Moro, uma obra emprestada pela minha querida Verinha “gastabromas”. Foi uma leitura maravilhosa, que “papei” sofregamente e que deu uma sova na visão algo preconceituosa que tinha (bom… e ainda tenho…) sobre a Índia.
O remorso de Baltazar Serapião, de Valter Hugo Mãe, fez-me viajar até a um Portugal medieval e fez com que os meus cabelos se arrepiassem e o estômago se contraísse perante tanta crueza, tanta maldade de gente/homens limitados e que não viam na mulher nada mais do que um saco de porrada e um meio de libertar tensões acumuladas em determinadas partes do corpo.
Estreei-me no mundo literário de Pepetela com O tímido e as mulheres. Foi uma estreia tão boa que terei que arranjar forma de ler as suas outras obras.
A esta estreia seguiu-se outra, mas não tão satisfatória. Li o primeiro volume da saga A minha luta, de Karl Ove Knausgard e pressinto que muito dificilmente terei vontade de ler os restantes…
A terceira estreia foi com o aclamado autor Richard Zimler. A sua última obra publicada (uma reedição) – Os anagramas de Varsóvia – retrata o gueto de Varsóvia em plena Segunda Guerra Mundial e relata, com pinceladas de suspense, policial e de densidade psicológica, a demanda de um judeu ancião em busca de respostas para a morte cruel do seu sobrinho-neto. Foi uma leitura muito interessante, mas que ficou algo aquém das expetativas iniciais (talvez demasiado elevadas…).
Terminei o mês como o comecei – lendo uma obra emprestada (desta vez tenho que agradecer à querida Ana Sofia) e saboreando uma leitura suculenta, daquelas que nos enchem de prazer e nos deixam saciados. O sol dos Scorta, de Laurent Gaudé, era-me completamente desconhecido, mas com uma linguagem muito sensorial, com paisagens, gentes, cheiros, costumes que se aproximam tanto daquilo que nos é familiar, conquistou-me em cheio.
Sendo assim, apesar de não ter trazido nenhum inquilino novo para as estantes, abril foi um mês muito saboroso e que espero que seja prenúncio dos que se lhe seguem. Para já, posso dizer que a leitura que abriu o mês de maio está a deixar-me empolgadíssima J
Aqui ficam os links para acederem às opiniões completas das leituras de abril:
§  Pasión India, de Javier Moro
§  Robin dos bosques, de Howard Pyle
§  O remorso de Baltazar Serapião, de Valter Hugo Mãe
§  O tímido e as mulheres, de Pepetela
§  A morte do pai – A minha luta (volume1), de Karl Ove Knausgard
§  Os anagramas de Varsóvia, de Richard Zimler
§  O sol dos Scorta, de Laurent Gaudé

2 comentários:

  1. Olá Ana,
    Mais um excelente mês em termos de leituras. E parabéns por não teres comprado nenhum livro.
    Sei que custa, mas depois torna-se mais fácil ;)
    Beijinhos e boas leituras

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    1. Isa, estou a tentar seguir o teu exemplo, mas para já não está a ser fácil ;) Vamos ver se com o tempo, se torna menos doloroso, como tu dizes!
      Sim, foi um mês fabuloso, difícil de repetir! A ver vamos!
      Beijinhos e boas leituras!

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