O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá: uma história de amor



Ficha técnica
TítuloO Gato Malhado e a Andorinha Sinhá: uma história de amor
Autor – Jorge Amado
Editora – Publicações Europa – América
Páginas – 74
Datas de leitura – de 31 de janeiro a 01 de fevereiro de 2019

Opinião
         Pode parecer-vos inacreditável, mas eu nunca tinha lido este livrinho. É claro que não me era desconhecido, já tinha visto em bibliotecas e livrarias a sua capa ilustrada com uma andorinha a esvoaçar e um gato às riscas e de bigodes fartos, mas, por esta ou por aquela razão, nunca me tinha sentido tentada a ler. Ora tudo isso mudou quando a Silvéria, do canal The Fond Reader, a aconselhou para o projeto que está a dinamizar durante este mês de fevereiro – #24horas1livro.
         Animada com a opinião/recomendação dela, trouxe-o na última visita que fiz à biblioteca e bendita a hora em que o fiz, porque rendi-me sem pôr qualquer entrave (muito pelo contrário) a esta história infantil (que fiquei a saber que é dado no 8º ano nas aulas de Português), belissimamente ilustrada e composta pela arte e engenho de um dos maiores e melhores contadores de histórias mundiais – o magistral Jorge Amado. É impossível não nos maravilharmos com o jeitinho com que ele cria e conta uma história lindíssima, que tenta derrubar barreiras, ou se quiserem, ideias pré-concebidas, e nos presenteia com uma relação de amor entre um gato e uma andorinha, dois bichos que sempre foram vistos como inimigos um do outro. Apaixonei-me de forma assolapada por este casalinho de bichanos, sobretudo pelo gato, pela sua história, pela sua solidão e pela entrega sem reservas ao amor que lhe nasce quase à primeira vista pela jovem e confiante andorinha. E mais não quero dizer, pois pode ser que haja por aí alguém que, como eu, ainda não leu esta preciosidade e, se assim for, que não seja por culpa minha que não entra na história quase às escuras.
         Esta leitura teve um sabor muito, muito especial por duas ou três grandes razões – primeiro, porque me permitiu participar no projeto interessantíssimo da Silvéria (se quiserem saber mais e participar, cliquem aqui), segundo, fez com que eu regressasse às letras do genial Jorge Amado e terceiro, abriu-me as portas a uma leitura carregadinha de sabor, deliciosa, que me fez sorrir com os “apartes” do narrador, com o sotaque açucarado do português do Brasil e me obrigou a verter umas lágrimas com o desenlace. Foi tudo tão, tão perfeito que até perdoei ao autor a inclusão na história de uma personagem encarnada por aquele bicho rastejante que me provoca calafrios (no mínimo).
         Termino fazendo aquilo que a Silvéria fez comigo – recomendando a todos, sem reservas, que leiam esta obra, que desfrutem de 24 horas (ou mais ou menos) na sua companhia e que se sintam aconchegadinhos com uma das mais belas histórias de amor que conheço. RECOMENDADÍSSIMA!
         Se já a leram ou se ficaram interessados, por favor, deixem os vossos comentários – a “gerência” agradece!
        
         NOTA – 10/10

         Sinopse
         «O mundo só vai prestar
         Para nele se viver
         No dia em que a gente ver
         Um gato maltês casar
         Com uma alegre andorinha
         Saindo os dois a voar
         O noivo e sua noivinha
         Dom Gato e Dona Andorinha»

         Este foi o mote do grande escritor brasileiro para esta fábula dos tempos modernos, que conta a história de amor insólita entre um gato, considerado como a criatura mais egoísta e solitária das redondezas e uma bela e gentil andorinha.
         Com a duração de três doces estações, o improvável romance entre as duas criaturas das «profundas do passado quando os bichos falavam» sobrevive às críticas sociais, à diferença de idades dos dois amantes e às diferenças de carácter entre ambos, para enfim esbarrar na cruel e "natural" evidência, escondida pela paixão inicial, de que «uma andorinha não pode, jamais, casar com um gato».

4 comentários:

  1. Ana, Jorge Amado é MARAVILHOSO e de facto estavas a perder imenso sem ter lido este livro antes :) adoro absolutamente Jorge Amado, e se todos os livros que li dele foram bons, este é mágico de uma maneira especial.

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    1. Mais vale tarde do que nunca :) Mas sim, estás certíssima - era um pecado cabeludo não o ter lido ainda!
      Há alguma livro de Jorge Amado que me aconselhas como essencial?
      Beijinhos!

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    2. Pergunta muito difícil - não sou a maior especialista, mas assim super essencial, para mim, o Capitães da Areia.

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    3. Siiiimmm, esse li há muitos anos e quero mesmo muito reler!!! Fica aqui a promessa!
      Beijinhos!

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