Ficha técnica
Título – O paraíso segundo Lars D.
Autor – João Tordo
Editora – Companhia das
Letras
Páginas – 207
Datas de leitura – de 23
a 26 de março de 2016
Opinião
Torna-se
algo difícil escrever a opinião sobre uma leitura que já terminei há alguns
dias. Apraz-me a sensação de encerramento que está por detrás do texto que se
segue à leitura de um livro e, por isso, sempre que posso, escrevo esse texto
pouco tempo depois do desfecho da última página. Contudo, a época pascoal, com
os seus consequentes dias de descanso e evasão, não permitiu (e ainda bem que
não J) que me sentasse ao computador e
encerrasse com a correspondente opinião a leitura da segunda obra de uma
trilogia que se iniciou com O luto de
Elias Gro (ver opinião aqui).
Torna-se
ainda mais difícil escrever esta opinião porque O paraíso segundo Lars D. não me entusiasmou como o havia
feito o seu antecessor.
As
linhas estruturantes repetem-se de uma obra para a outra, estamos perante duas
narrativas prenhes de emoções, de dor, de solidão, de questionamentos múltiplos
sobre a vida, a morte, a precaridade da existência, a perda de alguém e o
impacto que essa perda tem no outro, enfim, duas narrativas onde predomina a
densidade de um punhado de personagens e a multiplicidade dos seus eus. Contudo,
por esta ou aquela razão que não consigo realmente definir, fui avançando na
leitura e a empatia, a identificação que normalmente me atrai ou me repele ante
personagens, ações ou ideais não aconteceu.
Sou
uma apaixonada pela obra de Tordo. Tenho muitos dos romances que publicou e Biografia involuntária dos amantes
foi uma das melhores leituras que fiz em 2015 e nos últimos anos. A beleza, a
carga emocional e, por que não, a maturidade da escrita tordiana estão bem
patentes em tudo o que publicou ultimamente e esta obra que dá seguimento à
trilogia não é exceção. Mesmo assim, não me arrebatou. Talvez porque a carga
filosófica inerente à busca de respostas para questões que atormentam a
existência humana se sobrepôs. Talvez porque a apatia da mulher de Lars, a sua
resignação me incomodou um pouco. Talvez porque a esta narrativa lhe falte a
perspicácia e precocidade de uma menina como Cecília por quem me apaixonei com
amor de mãe em O luto de Elias Gro. Talvez porque, como já referi, não consegui
ligar-me às personagens, não consegui sentir as suas angústias, dores, medos e
tormentos como se fossem meus.
Resta-me
aguardar pelo terceiro volume que encerrará a trilogia e desejar que seja um
encerramento perfeito, que me proporcione um mergulho repleto de sabor na
escrita de Tordo e nas emoções que daí advêm.
NOTA
– 07/10
Sinopse
Numa manhã de Inverno,
Lars sai de casa e encontra uma jovem a dormir no seu carro. Ele é um escritor
sexagenário e, poucas horas mais tarde, parte em viagem com a jovem deixando
para trás um casamento de uma vida inteira e um romance inédito: O luto de Elias
Gro.
Olá Ana,
ResponderEliminarTenho o livro "A Biografia Involuntária dos Amantes" para ler e estou muito ansiosa. Vejo boas críticas dos livros do autor.
Pena que este falhou em alguns pontos. Ainda assim é bom encerrar um trilogia :)
Beijinhos e boas leituras
Oi!
EliminarGosto muito de João Tordo e acho que que "Biografia involuntária dos amantes" não desilude de maneira nenhuma!
Quanto a este, também vale a pena, a escrita é belíssima e "pede" que encerremos a leitura da trilogia :)
Beijinhos e boas leituras com João Tordo!