Homens imprudentemente poéticos, de Valter Hugo Mãe


Ficha técnica
TítuloHomens imprudentemente poéticos
Autor – Valter Hugo Mãe
Editora – Porto Editora
Páginas – 214
Datas de leitura – de 20 a 25 de agosto de 2017

Opinião
Tenho que ser sincera – Valter Hugo Mãe é um dos meus autores prediletos. Sigo a sua obra com muito fervor e abre-se-me um sorriso de orelha a orelha quando constato que publicou mais um livro. Foi o que aconteceu com Homens imprudentemente poéticos que marchou para a minha wishlist mal chegou às bancas. Não pairou por lá muito tempo, pois no último Natal alguém o pôs debaixo da árvore com o meu nome escrito na etiqueta natalícia. E agora que finalmente o li, sinto um misto de vergonha e defraudação, porque, após o encerro, tive que render-me àquilo que ainda hoje é inquestionável – a história de Itaro, Sabugo, Matsu, da criada Kame e da senhora Fuyu não me deslumbrou, será infelizmente mais uma… Aparte a genialidade da escrita do seu autor, que maneja a nossa língua como poucos e cria jogos linguísticos de uma pureza e beleza quase surreais, não criei empatia com as personagens, não fui capaz de vislumbrar a mensagem da narrativa nem de sentir nada exceto um ligeiro interesse e compaixão por Matsu e a criada Kame e alguma incredulidade e estupefação sobre o porquê de tanto ódio entre Itaro e Saburo.
Questiono-me se esta pouca ligação com a trama e correspondentes personagens poderá ter algo a ver com o pouco interesse que nutro pelas sociedades, costumes e tradições asiáticas. Questiono-me se terei lido a obra na altura certa. Questiono-me se a minha ânsia em ter nas mãos uma obra que me abalroe (até agora 2017 só me ofereceu três e uma delas foi uma releitura) prejudicou esta leitura em particular. Questiono-me e questiono-me, mas no final a dolorosa sensação mantém-se – Homens imprudentemente poéticos não me tocou, não me cativou, não mexeu como desejei que mexesse, como esperei que mexesse.
Por tudo isto, creio que não devo alongar-me mais… Dói...


NOTA – 06/10


Sinopse
Num Japão antigo o artesão Itaro e o oleiro Saburo vivem uma vizinhança inimiga que, em avanços e recuos, lhes muda as prioridades e, sobretudo, a capacidade de se manterem boa gente.
A inimizade, contudo, é coisa pequena diante da miséria comum e do destino.
Conscientes da exuberância da natureza e da falha da sorte, o homem que faz leques e o homem que faz taças medem a sensatez e, sobretudo, os modos incondicionais de amarem suas distintas mulheres.
Valter Hugo Mãe prossegue a sua poética ímpar. Uma humaníssima visão do mundo.

4 comentários:

  1. Olá Ana
    Custa sempre quando estamos entusiasmadas para ler um livro de um dos nossos autores preferidos e depois acaba por nos desiludir.
    Mas é isso, se calhar se um dia releres, possas gostar mais um pouco.
    Beijinhos e boas leituras

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    1. Olá, Sara!
      Custou-me muito mesmo, mas acho que nem com uma releitura... Acho que é uma daquelas desilusões definitivas... Fico à espera do que ele vai publicar no futuro para tirar este gostinho amargo da "memória".
      Beijinhos e leituras mais saborosas do que esta.

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  2. Olá Ana,
    Já li um livro do autor, mas não me arrebatou. Este, confesso que já tentei, mas não me apeteceu continuar. Não senti ligação com a história.
    Enfim...venham mais. Serão melhores de certeza :9
    Beijinhos e boas leituras

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    1. Sim, Isa, venham mais que façam esquecer esta que desiludiu. Tão diferente da última que havia lido do autor, a que dei nota máxima! Mas sigamos em frente :)
      Beijinhos e leituras mais saborosas do que esta.

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