Ficha técnica
Título – Antes
de nos encontrarmos
Autora – Maggie O’Farrell
Editora – Editorial Presença
Páginas – 314
Datas de leitura – de 31 de dezembro de 2018 a 05 de
janeiro de 2019
Opinião
Tal como aconteceu em 2018, abri 2019
com uma releitura. Contudo, desta vez não o fiz sozinha, pois a Paula, a minha
querida amiga destas andanças blogueiras (e não só), fez-me companhia e portanto
pudemos trocar comentários à medida que a releitura ia avançando.
Tanto eu como a Paula somos admiradoras
assumidas e ferrenhas desta autora irlandesa. Ela já leu mais obras da Maggie
do que eu, mas, mesmo assim, quando se deu conta de que um dos títulos que
fazia parte do projeto que tenho em marcha, intitulado – Uma releitura por mês – seria Antes de nos encontramos, mostrou de imediato uma vontade a
raiar o entusiasmo de me acompanhar nessa segunda viagem pela história de Jake,
Stella e não só.
A primeira vez que li Antes de nos encontrarmos foi em
2009, ou seja, há nove anos atrás. Pouco ou nada me lembrava da história,
recordava somente algo relacionado com dois jovens que viviam em países muito
distantes e que o lugar que os ia reunir seria uma estalagem ou hotel. Contudo,
não me lembrava quais eram esses países distantes, como se chamavam os
protagonistas ou onde estava localizado o tal hotel ou estalagem. Como tal,
entrei na releitura como se de uma leitura inicial se tratasse. Confesso que,
ao saborear as primeiras páginas, algo soou nos recantos da minha memória e
recordei vagamente o que iria acontecer na noite de celebração do Ano Novo
chinês e que iria ter um impacto abismal na vida de Jake. Do resto, não me
recordava de mais nada. Zero.
É verdade que da
história/narrativa/personagens me lembrava de muito pouco, porém do estilo de
Maggie O’Farrell sentia falta, e que falta! As suas reviravoltas constantes no
tempo e no espaço da narrativa, o seu estilo muito próprio (com traços que a
unem a outra autora que venero – Almudena Grandes), suave e intenso ao mesmo
tempo, o cuidado na construção de personagens imperfeitas, complexas,
carregadas de defeitos que nos fazem ainda mais criar laços com elas, a
dedicação que exige do leitor, a aura de mistério que envolve algumas das
personagens, de tudo isto estava um pouco órfã, como sempre estou, já que são
esses os motivos/ingredientes que procuro numa leitura e que sei que posso
encontrar nas obras desta autora.
Não quero nem pretendo abrir-vos as
portas para a trama. Se quiserem, podem consultar a sinopse ou consultar outras
fontes. Prefiro partilhar convosco o quanto me preencheu esta releitura e
sobretudo o quanto me agradou fazê-la na companhia da Paula. Intercambiámos
vários e-mails, fomos espicaçando-nos mutuamente e, acima de tudo, fomos
partilhando ideias e opiniões, baseadas nas nossas experiências e no livro que
tínhamos em mãos – eu em português e a Paula em inglês. Prefiro dizer-vos que
inclusive essa diferença de línguas levou a que a minha companheira de leitura
me alertasse para o facto de o título em original – The distance between us – estar muito mais adequado à
narrativa e a comportamentos de algumas personagens do que o correspondente em
português. Prefiro ainda destacar que a última parte da obra é, no nosso ponto
de vista, a menos conseguida das quatro que compõem a obra, que a mesma nos
deixou algo dececionadas e que isso faz com que, para mim, das três obras que
já li da Maggie, a preferida continue a ser aquela cuja opinião também mora
aqui no blogue – Depois de tu partires.
Prefiro, por fim, revelar-vos que, por todas estas razões, não atribuirei a Antes de nos encontrarmos a nota
máxima.
Termino recomendando-vos, pedindo-vos
que experimentem Maggie O’Farrell, que leiam esta maravilhosa e talentosa
escritora. Podem fazê-lo com qualquer uma das obras mencionadas neste texto ou
com, por exemplo, duas que ainda não li, mas quero muito, muito ler – O
estranho desaparecimento de Esme Lennox ou Estou viva, estou viva, estou viva.
Acreditem que não se vão arrepender!
NOTA – 09/10
Sinopse
Stella
e Jake estão separados por milhares de quilómetros; ela vive em Londres, e ele
em Hong Kong. Nada sabem acerca da existência um do outro, mas, um dia, no
mesmo instante, ambos vão viver experiências que os levarão a deixar tudo para
trás e, sem o saberem, a encurtar a distância geográfica e emocional que os
separa, ao encontro um do outro e de si mesmos. Começa assim uma narrativa em
que, pouco a pouco, nos são desvendadas duas histórias, que percorrem várias
gerações, sobre identidades desenraizadas, os laços que nos unem e o apelo
inconsciente do passado e dos seus segredos.
Foi tudo isto, sem tirar nem pôr. Assino por baixo!
ResponderEliminarCostumam dizer que o que importa não é o destino mas a viagem, e é isso que sinto com os livros da O'Farrell, mesmo que alguns finais não sejam perfeitos, porque é uma experiência de leitura muito boa e envolvente. E tê-la feito contigo ainda foi melhor, porque deu para parar de vez em quando e trocar ideias antes de partir para o capítulo seguinte.
Beijinhos! Paula
Que bom, fico feliz por ter conseguido resumir a nossa experiência com a Maggie.
EliminarEu também gostei da nossa leitura e quero repeti-la com outro livro um dia destes, de preferência muito em breve!
Beijinhos!