Ficha técnica
Título – Então,
boa noite
Autor – Mário Zambujal
Editora – Clube do Autor
Páginas – 150
Datas de leitura – de 08 a 09 de janeiro de 2019
Opinião
Digo-vos
que há já algum tempo que queria ler alguma obra de Mário Zambujal. É um autor
sobejamente conhecido e “rodado” na nossa literatura, mas nunca havia sentido
vontade de experimentá-lo. Tudo isso mudou quando comecei a seguir o canal de
uma menina, muito mais novinha do que eu, (sim, estou a falar do canal da
Vanessa – The bookish deer) e
a deliciar-me com as opiniões que ela ia tecendo sobre o quão maravilhoso havia
sido descobrir Mário Zambujal.
Por tudo isso, assim que me dei conta
de que o autor havia lançado, em novembro do ano passado, a sua mais recente
obra, entrei em contacto com a editora Clube
do Autor e pedi-lhes que ma solicitassem para leitura e correspondente
opinião. Agradeço, desde já, a rápida resposta que me deram, pois, passados
poucos dias, a obra Então, boa noite
morava nas minhas estantes.
Da minha parte, não houve, e peço
desculpa por isso, uma leitura tão célere como normalmente faço quando faço
pedidos às editoras. Mas redimi-me dessa falta em janeiro, lendo-o em pouco
mais de vinte e quatro horas. Dessa leitura rápida, rápida, destaca-se uma
palavra que não me sai da memória sempre que penso na trama e sobretudo no
protagonista – lábia.
Afonso Júlio é um sedutor nato, com
características algo “baratas” e muita, muita lábia. E eu tenho que confessar
que caí na lábia dele e fui lendo com um sorriso nos lábios as suas peripécias,
os seus desarranjos amorosos, perdoando-lhe a sua suposta valentia e fazendo
força para que ele conseguisse o seu final feliz. Não me incomodou, como poderá
incomodar a algumas leitoras, essa lábia e todos os truques e malabarismos que
faz com as suas conquistas femininas, não senti a minha feminilidade ofendida e
compreendi, creio eu, aquilo que agrada e atrai do estilo de Mário Zambujal a
outros e outras leitoras, como a Vanessa. Gostei do seu humor, da sua boa
disposição com uma pitada de ironia e acima de tudo da forma como brinca com as
palavras para, a partir delas, espalhar sedução e charme.
Foi, no cômputo geral, uma leitura
agradável que pecou, no entanto, pelo seu final, que considero forçado,
previsível e que manchou uma experiência que, até às suas páginas finais,
estava a ser divertida e bem-disposta. Achei que o desenlace que o autor deu às
peripécias e “demandas” de Afonso Júlio poderia ter sido melhor, mais original
e mais adequado a tudo aquilo que me manteve agarrada à trama e desejosa de
saber que reviravoltas e estratagemas mais iria usar o protagonista para levar
a bom porto um pedido de um familiar falecido e para simultaneamente dar um
rumo à sua vida de sedutor inveterado.
Para finalizar, quero agradecer, uma
vez mais, à editora o envio da obra, dizer que gostei deste primeiro contacto
com as letras de Mário Zambujal e que não ponho de parte a ideia de ler mais
obras suas.
E vocês, já leram Mário Zambujal?
Recomendam-me algum dos seus títulos?
Deixo-vos ainda o vídeo de opinião –
sobre esta mesma obra – que mora no canal de O sabor dos meus livros. No mesmo poderão também ouvir a
opinião acerca de outra obra que li em janeiro – Os da minha rua, de Ondjaki.
Sinopse
"Gostei de muitas mulheres mas de nenhuma o suficiente para ser a última."
Fiel ao registo a que já
habituou os seus leitores, Mário Zambujal regressa às livrarias nacionais com
mais um romance pleno de humor e peripécias, aventuras protagonizadas por um
sedutor que só consegue estar acordado durante a noite. Além dos inconvenientes
de tal desordem, a vida deste rapaz vê-se ainda mais complicada quando
inesperadamente recebe uma herança especial.
Então, Boa Noite relata
as aventuras de Afonso Júlio, quase sempre fora de horas, na tentativa de
cumprir o último desejo do seu padrinho: encontrar uma mulher, de quem só sabe
o nome, e casar-se com ela. Nada impossível, pensarão alguns, mas Afonso Júlio
vive com uma mulher e, como se isso fosse pouco, está enamorado por outra
mulher. O que lhe vale é o destino.
"Cumpre-me respeitar a sua
vontade (...) Pena que não me tivesse fornecido um único contacto para chegar à
fala com essa menina. (...) Penosa investigação me espera mas sossegue,
padrinho Josué, hei-de enfiar uma aliança no dedinho da Renata Jacinta. Embora
pensando noutra."
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