Ficha técnica
Título – Corações
de Pedra
Autor – Simon Scarrow
Editora – Saída de Emergência
Páginas – 410
Datas de leitura – de 06 a 12 de outubro de 2018
Opinião
Estou a
escrever esta opinião praticamente dez dias depois de ter terminado a leitura
de uma obra que comprei há mais de um ano atrás para o maridinho. Recordo-me da
reação dele quando lhe perguntei, como sempre faço, se tinha gostado da
leitura. É verdade que o que eu tenho a mais de expressividade, o maridinho tem
a menos, mas já consigo compreender, mesmo que as suas reações sejam pouco
expressivas, quando uma obra lhe agrada muito ou pouco. E recordo que fiquei com
a sensação de que Corações de Pedra
não o tinha deslumbrado. Agora que eu própria li a obra, percebo ainda melhor
essa sensação.
Como já
referi, terminei de ler este livro há quase dez dias, mas tenho que confessar que
o intervalo que tempo que decorreu desde o dia doze pouco ou nada tem a ver com
aquilo que será o teor desta opinião, isto é, que a obra arranca com uma
premissa muito prometedora e termina arrastando-se e enovelando-se em momentos
quase sem fim de descrições bélicas, estratégicas, em muitas e muitas páginas
que, apenas no final, fazem a ponte (bastante rebuscada, no meu ponto de vista)
com as personagens e a trama inicial.
Se
consultarem a sinopse, constatam que a ação começa em 1938, na ilha grega de
Lefkas. É lá que se encontra um professor alemão, o Doutor Karl Muller,
responsável pelas escavações arqueológicas levadas a cabo a mando da
Universidade de Berlim e o seu filho, Peter Muller, que entretanto travou
amizade com dois jovens locais. A Europa está prestes a envolver-se noutro
conflito bélico de proporções mundiais e o Dr. Muller é informado de que tem
que regressar à Alemanha. No último dia que partilham juntos, Peter e os seus
amigos gregos – Andreas e Eleni – prometem voltar a encontrar-se o mais rápido
possível.
A
guerra estala entretanto e os dois países – Alemanha e Grécia – estão em lados
opostos. Andreas alista-se na Marinha grega e posteriormente envolver-se-á com
as forças de resistência, às quais Eleni dará uma ajuda preciosa. Peter, agora
um oficial nazi, regressa à Grécia e à ilha de Lefkas e o encontro entre os
três é inevitável. Se juntarmos a tudo isto uma descoberta importantíssima que
o Dr. Muller fez, em 1938, no último dia que passa na ilha grega, temos os
ingredientes essenciais para uma narrativa muito prometedora. Contudo, e
reitero que o que vou dizer a seguir é apenas a minha perspetiva, apenas a
leitura que fiz desta obra, à medida que ia avançando nas páginas, fui perdendo
o entusiasmo e sentindo que uma experiência que parecia ter tudo para ser
empolgante, acabou tornando-se enfadonha e arrastada, levando a que eu
sentisse, acima de tudo, alívio por tê-la terminado. Não fui capaz de criar
grande empatia com as personagens, achei que não houve grande evolução nas
mesmas, as relações que as unem são bastante mornas e a parte final, aquela que
permite que os três amigos se reúnam novamente, poderia ser muito mais bem
explorada. Para além disso, como já referi, considero que a narrativa se enovelou
demasiado em descrições de conflitos, de armamentos e coisas similares e isso,
pelo menos para mim, foi algo aborrecido, que me levou a ler algumas partes na
diagonal.
Contudo,
mesmo tendo em conta tudo o que de menos bom possui esta obra, acho que saí da
sua leitura mais informada acerca da Segunda Grande Guerra, pois, apesar de já
ter lido imensas obras relacionadas com este conflito, pouco ou nada sabia de
como o mesmo havia afetado a Grécia e os seus habitantes. Sendo assim, não
posso afirmar que ler esta obra tenha sido uma pura perda de tempo. Nada disso.
Acho apenas que, com uma premissa tão entusiasmante, as minhas expectativas
saíram muito goradas e não encontrei em Corações
de Pedra aquilo que já encontrei em outras obras dedicadas à temática e
que me maravilharam.
Assim
sendo, não posso dar-lhe mais do que uma nota mediana e nem posso recomendá-la
a quem queira mergulhar na Segunda Grande Guerra através de uma narrativa
arrebatadora e recheada de emoção e de personagens inesquecíveis.
NOTA –
05/10
Sinopse
1938: Três jovens vivem um
verão perfeito na ilha grega de Lefkas, isolados dos problemas políticos que
fervilham na Europa. Peter, de visita da Alemanha enquanto o pai lidera uma
expedição arqueológica, desenvolveu uma forte amizade com Andreas e Eleni.
À medida que o mundo resvala para a tragédia e Peter é forçado a partir, os amigos juram encontrar-se de novo.
À medida que o mundo resvala para a tragédia e Peter é forçado a partir, os amigos juram encontrar-se de novo.
1943: Andreas e Eleni
juntaram-se às forças da resistência contra a invasão alemã. Peter regressa -
agora um oficial inimigo e espião perigoso. Uma amizade formada em paz irá
transformar-se numa batalha desesperada entre inimigos dispostos a sacrificar
tudo pelos países que amam…
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