Retrato de un hombre inmaduro, de Luis Landero

Sexta-feira, 14 de agosto de 2015




Opinião
Um homem sabe que a morte ronda por perto, sabe que a sua vida está prestes a chegar ao fim e durante uma noite no hospital confidencia a alguém episódios que vai recordando arbitrariamente.
Resumidamente, isto é o que nos oferece a narrativa desta obra de Luis Landero, um autor espanhol que até agora apenas conhecia através de opiniões que vou lendo em sites e blogues literários que acompanho amiúde.
Como já devo ter referido anteriormente, adquiri esta obra numa viagem que fiz a Madrid e fi-lo por duas ou três razões – porque estava interessada em ler algo de Luis Landero; porque a sinopse desta obra deixava entrever uma leitura entusiasmante e finalmente porque foi a única obra deste autor que encontrei na FNAC da capital madrilena a um preço baratinho J
Finda a leitura, não sou capaz de afirmar que a sinopse cumpriu o que prometia… Ficou aquém das expetativas sobretudo porque o enredo não nos agarra, a não ser em momentos pontuais. O virar de página atrás de página torna-se um pouco entediante, já que nos leva a acompanhar recordações e histórias (que para cúmulo surgem sem razão aparente) de uma vida que o próprio protagonista define como “ridícula, insípida, trivial, una más entre tantas”. Contudo, uma existência trivial e igual a tantas outras poderia ter ingredientes suficientemente suculentos para dar azo a uma narrativa empolgante e que me levaria a lê-la num ápice. Para isso acontecer seria necessário que o autor usasse alguns mecanismos considerados infalíveis – personagens com densidade psicológica, com as quais criamos laços e que vamos conhecendo à medida que a ação avança, um enredo que nos envolva e um ritmo narrativo vivo, com as obrigatórias viagens ao passado, como se requer numa obra de memórias de uma vida. Infelizmente, Retrato de un hombre inmaduro não possui estes ingredientes e por essa mesma razão resulta numa leitura evitável, com a exceção de, como já disse, uns pensamentos e momentos ternurentos, cómicos ou muito assertivos que, no entanto, não chegam para que tenha vontade de, no futuro, voltar a ler Luis Landero. Lo siento…

NOTA – 05/10

Sinopse

En la habitación de un hospital, y en el curso de la que muy probablemente sea su última noche en este mundo, un hombre de unos 65 años le cuenta a alguien, y también a sí mismo, la historia de su vida. Dejándose llevar por el azar de la memoria y la fluidez de su propio relato, va y viene en el tiempo, rescatando, con no poco humor, las pequeñas y más significativas aventuras que vivió y que vio vivir. Porque a este hombre le ha gustado mirar siempre el espectáculo del mundo tanto o más que participar en él. Pero, como todos, conoció el amor, el sabor agridulce de la libertad, el poder, el horror, la belleza, la amistad, el absurdo, la doble conciencia y, en fin, todos los ingredientes de que está hecha la vida. Y no sólo cuenta, sino que al hilo de cada episodio busca algún sentido al viejo misterio de vivir, ahora que no hay tiempo ya de engañarse ni de rectificar. Como quien manipula las piezas para formar un puzzle, se enlazan el rápido curso vital y los remansos reflexivos, el bullir inagotable de personajes y peripecias casi siempre cómicas o kafkianas, para trazar el perfil de un hombre sesudo y a la vez infantil, responsable y a la vez arbitrario, bueno a la vez que inmoral: un retrato del hombre contemporáneo.

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