Ficha técnica
Título – A
filha da minha melhor amiga
Autora – Dorothy Koomson
Editora – Porto Editora
Páginas – 448
Datas de leitura – de 02 a 06 de novembro de 2018
Opinião
Dorothy
Koomson não era um nome desconhecido para mim. Seria, aliás, quase impossível
não ter tropeçado até à data com algum dos seus livros nas muitas vezes que
deambulo por livrarias. Contudo, até ter começado a seguir com assiduidade
booktubers portugueses, nem a autora nem as suas obras me tinham suscitado
qualquer interesse.
Após
ter visto/ouvido várias opiniões bastante positivas sobre uma e outra narrativa
sua, decidi trazer da biblioteca da terrinha um dos seus romances mais
conhecidos e perceber, por mim mesma, se o “buzz” que acompanha Dorothy Koomson
iria ao encontro dos meus gostos e daquilo que busco numa obra contemporânea.
Parti
para a leitura sem qualquer expectativa e tenho que admitir que “papei” as
quase 500 páginas em quatro, cinco dias. Senti que a trama estava escrita de
uma forma, simples, despretensiosa e que possuía o necessário para manter o
leitor atento e interessado. Gostei da construção e do desenvolvimento das
personagens e, apesar, de ter adivinhado o final feliz, não posso dizer que não
me tenha agradado comprovar que a vida das protagonistas seguiu um rumo muito
satisfatório após ter sido abalroada por uma morte inesperada e castradora como
o é qualquer desaparecimento trágico de alguém que nos é muito próximo.
Não
estarei a revelar demasiado se disser que a narrativa arranca com a morte da
melhor amiga de Kamryn – Adele – e que esta lhe pede encarecidamente que tome
conta e mais tarde adopte a sua filha de cinco anos. Também penso que não
estarei a cometer nenhum “crime” se revelar que este pedido cai que nem uma
bomba na vida de Kamryn, não só porque é solteira e nunca quis ter filhos mas
também porque há dois anos atrás havia rompido a amizade com Adele por ter
ficado a saber de uma traição muito dolorosa que esta lhe havia feito. Temos,
assim, os dados lançados para uma trama que aborde a dor, o luto, a amizade, a
traição e uma maternidade nada, nada planeada. Todos eles temas que me dizem
muito numa leitura, mas que, infelizmente, nesta obra em particular não me
tocaram como eu tanto desejaria.
Quando
terminei de lê-la, mesmo antes de registar algumas notas no caderninho, deixei,
ainda a quente, umas palavrinhas no Goodreads que resumem aquilo que estou,
aqui e agora, a tentar partilhar convosco – não foi uma leitura que me
deslumbrou, já que pressupus, perante a premissa, que a obra abordaria de uma
forma mais aprofundada e íntima a experiência traumatizante que é a morte
repentina de uma jovem que deixa uma filhinha órfã e uma amiga “amputada”
daquela que, para todos os efeitos, era a pessoa que melhor a conhecia e
entendia. Antecipei uma narrativa muito centrada nessas três personagens e não
aceitei de muito bom grado o aparecimento de dois elementos masculinos e, menos
ainda, do triângulo amoroso que formarão com Kamryn. Esse triângulo não traz
nada para a trama a não ser uma “distração” que leva a que o foco da obra deixe
de ser aquilo que verdadeiramente devia de ser, pelo menos para mim – a vida de
duas pessoas – uma criança e uma jovem adulta – que fica sem chão quando alguém
tão próximo e importante como Adele desaparece.
Dito
isto, a minha estreia com Dorothy Koomson não foi, apesar de tudo, uma completa
desilusão. Se o tivesse sido, eu teria abandonado a leitura sem remorso algum.
Foi agradável, criei laços com a pequenina Tegan (ninguém lhe consegue ficar
indiferente, muito menos nós, que somos mães), simpatizei com Kamryn, verti
algumas lágrimas em momentos mais sofridos e gostei do ritmo da narrativa, que
me fez lê-la rapidamente. Queria mais, é certo, mais aprofundamento em
determinadas situações que foram lançadas para a trama e não tiveram o merecido
desenvolvimento (maus tratos infligidos a uma criança e consequentes traumas,
por exemplo) e menos ligeireza em outras, mas não vou desistir de Dorothy Koomson
e dar-lhe-ei mais oportunidades, sobretudo porque a minha biblioteca tem mais
obras dela. Um dia destes trago outra que, oxalá, me agrade um pouco mais do
que A filha da minha melhor amiga.
NOTA –
06/10
Sinopse
A forte relação de amizade
entre Kamryn Matika e Adele Brannon, companheiras desde os tempos de faculdade,
é destruída num instante de traição que marcará as suas vidas para sempre.
Anos depois desse incidente,
Kamryn é uma mulher com uma carreira de sucesso, que vive sem ligações pessoais
complexas, protegendo-se de todas as desilusões. Mas eis que, no dia do seu
aniversário, Adele a contacta... A amiga de Kamryn está a morrer e implora-lhe
que adote a sua filha, Tegan, fruto da sua ilícita relação de uma noite com
Nate.
Terá ela outra escolha? Será o
perdão possível? O que estará Kamryn disposta a fazer pela amiga que lhe partiu
o coração
Uma viagem dolorosa e comovente
de autoconhecimento, uma leitura de cortar a respiração.
Já deves ter percebido que sou uma snob do pior, por isso, quando vejo capas que misturam cor-de-rosa, amarelo e azul-cueca, fico logo de pé atrás. Se a isso aliarem o título também em rosa... fujo dela a sete pés! Mas ainda bem que não deste o teu tempo por perdido, que é a pior coisa que pode acontecer a um leitor.
ResponderEliminarBeijinho!
Paula
Não é snobismo, é a clarividência que nos trazem anos e anos de leituras! Eu já desconfiava de que o resultava seria este, mas, de vez em quando, preciso de algo mais leve. Só não queria que fosse tão superficial e com distracções pouco conseguidas...
EliminarUm dia destes trago outro da biblioteca para tirar a cisma!
Beijinhos!