Ficha técnica
Título – Dile a Marie que la quiero
Autor – Jacinto Rey
Editora – DeBolsillo
Páginas – 366
Datas de leitura – de 28 de outubro a 01 de novembro de
2018
Opinião
Segunda
leitura de outubro que me levou a uma temática pela qual tenho uma fixação
“ligeiramente” obsessiva – sim, adivinharam: refiro-me à Segunda Grande Guerra.
Depois de ter ficado a saber um pouco mais sobre como é que este conflito
afetou as ilhas gregas, regressei a cenários mais habituais em narrativas que
se debruçam sobre a Guerra de 39-45. Em Dile
a Marie que la quiero, a trama centra-se em várias localidades
francesas e em Berlim e nos anos finais da contenda.
Comprei
esta obra o ano passado, nas férias de verão. Suspeitava que não me iria trazer
nada de novo, que não seria uma obra-maestra, mas a dependência e a referida
fixação que me unem à Segunda Guerra Mundial fazem com que, muitas vezes,
ignore a razão e ceda à tentação de comprar mais uma narrativa que aborde essa
guerra tão mortífera e tão fascinante.
Infelizmente,
tive que dar razão, já nas primeiras páginas, aos sinais de alerta e à vozinha
que me ia sussurrando que esta leitura seria corriqueira e banal. Não fui capaz
de criar laços com a grande maioria das personagens e embirrei com o estilo
seco e jornalístico do autor. Também considerei forçadas uma ou outra situação
e que nada de abonatório acrescentaram a uma narrativa que se manteve sempre
frouxa, pouco intensa e sem grandes motivos que prendessem o leitor.
O leque
de personagens é considerável. Desde uma jovem aristocrata alemã que rompe com
a família para casar-se com um ator judeu, o seu ex-noivo que pertence às SS, um jovem agricultor que, movido por desejos de vingança, se junta à Resistência
francesa, outro agricultor seu vizinho que tem comportamentos desumanos e
psicopatas até a um carteiro de meia-idade que perdeu recentemente a sua
esposa, travamos conhecimento com gente que de imediato apelidamos de “boa e
corajosa” e um ou outro que instintivamente queremos que sofra e seja
torturado. Todos estão ligados entre si pela menina que dá título à obra,
Marie, filha de refugiados alemães e que passa por situações e dores pelas
quais nenhuma criança deveria passar.
Pouco
mais tenho a dizer sobre esta leitura. Como não correspondeu àquilo que sempre
busco numa narrativa do género, sinto que me iria repetir se estendesse esta
opinião mais do que já fiz. Creio que apenas ficará comigo (e não por muito
tempo…) Marie, com quem estabeleci alguns laços (como estabeleço com qualquer
criança) e que muito rapidamente esquecerei as outras personagens e a trama.
Sinto-me algo defraudada, acima de tudo, com a pouca profundidade e intensidade
que povoam esta narrativa e com a falta de oportunidade do autor, que não
conseguiu desenvolver convenientemente uma trama que possui os ingredientes
certos e suficientes para poder ser empolgante e memorável.
Sendo
assim, não posso atribuir-lhe outra nota que não aquela que espelha o quão,
para mim, a leitura da mesma foi mediana.
NOTA –
06/10
Sinopse (muito enganadora, no meu ponto de
vista)
Jacinto
Rey hilvana una novela que muestra un tapiz de historias protagonizadas por
seres humanos golpeados por una guerra que los pone al límite. Acción y emoción
se dan la mano para dar sentido a unas palabras que son el motor de una
búsqueda, de una posible salida al horror. Dile a Marie que la quiero es una
novela magistral, muy bien documentada, que recrea una época convulsa, llena de
luces y sombras, para encender la llama de la esperanza en medio de la
oscuridad. La mirada y el estilo de Jacinto Rey y su habilidad para construir
tramas que nos transportan en un viaje laberíntico a momentos críticos de la
historia, especialmente duros, no han pasado desapercibidos por los editores internacionales
que ven en Rey atisbos del mejor Ken Follett, Tatiana de Rosnay o Marcus Zusak.
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