Quarta-feira, 02 de setembro de 2015
Cá em casa, o dia 31 de agosto dita o
fim das férias, o fim (para já) do dolce
fare niente, dos passeios, das viagens, do tempo que nos permite matar
saudades do sofá, do sol, do cheiro a maresia, das fotografias, dos álbuns
fotográficos, da montagem de puzzles, enfim… o meu agosto foi recheado de tudo
isto e mais alguma coisa e, obviamente, de leituras. Contudo, tenho consciência
de que este mês que agora findou não foi aquele que recordarei como um dos literariamente mais memoráveis, não só pelos livros lidos (dois dos quais foram de certa forma uma
desilusão) mas sobretudo porque sei que agosto “me bombardeia” com os referidos
e igualmente deliciosos distratores que prejudicam a minha concentração
literária… Ou seja, enquanto para muitos, verão é sinónimo de “finalmente vou
ter tempo para pôr a leitura em dia”, para mim não é exatamente antónimo, mas
também não é o período mais ativo e mais recompensador…
Mesmo assim, mesmo com os dias
repletos de ingredientes que tornaram (já me vejo obrigada a usar o verbo no
pretérito perfeito L) estas férias muito apetitosas,
consegui ler cinco livros, dois em língua lusa e três em língua castelhana.
Para quem já leu as opiniões que escrevi sobre os mesmos, não é novidade o
facto de a minha estreia no mundo literário de Sándor Márai (através da obra A mulher certa) e de Luis Landero
(com a leitura de Retrato de un hombre
inmaduro) não ter sido a mais auspiciosa. No entanto, não desisti de
nenhum dos autores (talvez um bocadinho mais de Luis Landero) e pretendo ler
brevemente a obra As velas ardem até
ao fim, considerada por todos que já a lerem como a obra-prima de
Sándor Márai. As outras três leituras que preencheram os dias do meu agosto
encheram-me as medidas de uma forma muito positiva, já que adorei voltar a
contactar com a maravilhosa Dulce Chacón (que conhece o mundo feminino como poucas),
regressar aos primórdios “mais pornográficos e obscuros” da carreira literária da
minha Almudena Grandes e perder-me de novo na escrita densa, complexa e
perturbadora de Javier Marías, que nos oferece (una vez más) uma obra com um
início e um desenlace arrebatadores, de nos deixarem de queixo caído.
Aqui deixo, como de costume, o link para poderem aceder às opiniões das
referidas leituras de agosto:
Quanto às aquisições deste mês… Bom,
tenho que confessar que pequei… e pequei com tanta vontade que tive que me
refrear não só pelos gastos monetários mas também porque setembro é o mês da
Feira do Livro da minha Invicta e a edição deste ano promete!!! Promete tanto
que eu até tenho medo. Medo de voltar a sentir-me dececionada… Mas voltando às
aquisições de agosto. Para além das que já tinha mencionado no post O trabalho convidou a uma tertúlia literária, ou seja, da obra Desamparo, de Inês Pedrosa
(entretanto já lida e recomendada pelo maridinho J) e de Stoner,
de John Williams, aproveitei uma recentíssima viagem à bela cidade de La Coruña
para abastecer a minha estante de mais quatro obras em língua castelhana e que
não consigo encontrar no mercado traduzidas para português. Sendo assim, vim
extasiada da cidade galega (que, by the way, me encantou e conquistou),
trazendo na bagagem literária La borra
del café, do meu amado Mario Benedetti, El río del Edén, de José María Merino – estas duas já
estavam na minha wishlist há tempos –
Años Lentos, de Fernando
Aramburu, que me acercará mais uma vez ao País Basco e à luta armada da ETA, e finalmente
Palmeras en la nieve, de Luz Gabás, uma obra que está a ser adaptada para o
cinema e que prediz uma leitura daquelas, com uma comovedora história colonial
nas legendárias plantações da Guiné Equatorial.
Agora… agora venha setembro, venha a
Feira do Livro e venham leituras que me arrebatem e que minimizem o doloroso
regresso à rotina e ao trabalho J
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