Corações em silêncio, de Nicholas Sparks

Sexta-feira, 25 de setembro de 2015






Opinião
Tal como admiti na opinião que escrevi sobre Nada, de Carmen Laforet (ver aqui), a minha sanidade mental gritava por uma obra lamechinhas e bem previsível J
Depois de algumas horas cuscando em estantes e na blogosfera e de ouvir algumas sugestões de amigos, deparei-me com Corações em silêncio, de Nicholas Sparks e pensei: Por que não? Este autor norte-americano é sobejamente conhecido pelas suas histórias carregadas de sentimentalismo, de almas atormentadas pelo amor e de momentos bem propícios à lamechice e ao derramar de lágrimas. Ou seja, exatamente aquilo de que estava a precisar J
Corações em silêncio arranca com um dramático acidente de automóvel provocado por uma tempestade fortíssima, daquelas que assolam com frequência os estados sulistas dos Estados Unidos. No automóvel acidentado viajavam mãe e filho e, momentos após o embate contra uma árvore, a mãe, Denise, recupera de uma perda de consciência e apercebe-se de que o filho de quatro anos não se encontra no banco de trás e que se havia adentrado na floresta sem deixar rasto. Desesperada, pede ajuda a um homem que entretanto chegara junto a si e que, por sorte, é bombeiro e rapidamente aciona os meios possíveis para o resgate da criança.
Este é assim o ponto de partida de uma narrativa que reúne os ingredientes necessários para prender-nos a atenção e para querermos avançar página atrás de página e acompanharmos bem de pertinho as vidas dos protagonistas. É claro que, para os meus gostos, é uma narrativa previsível, isto é, não foi preciso muito esforço da minha parte para compreender que iria haver um envolvimento amoroso entre Denise e o bombeiro, Taylor, que esse envolvimento teria os seus altos e baixos e que um deles possuiria algum segredo relacionado com uma tragédia familiar e que esse mesmo segredo seria o grande obstáculo a ultrapassar para que houvesse o desejado final feliz. Contudo, por muito que essa previsibilidade estivesse presente, confesso que não prejudicou o prazer que senti ao longo da leitura nem o bem-estar que me proporcionou. Escolhi este género de obra com o propósito já conhecido – fazer um parêntesis nas leituras que mais me preenchem, distanciar-me por algumas horas do denso, do complexo e relaxar com o romântico, com o lamechas, com o cor-de-rosa, com os contos de fadas mais próprios da adolescência, mas que ainda conseguem mexer comigo passados vinte e tal anos J
Por tudo o que foi referido, tenho que agradecer a Nicholas Sparks e a Corações em silêncio porque cumpriram com as minhas “exigências” – foram a desejada lufada de ar que não só afastou a sensação de angústia e o peso na alma que a leitura das anteriores obras havia deixado em mim como também me pôs com a pica toda …
Agora toca a regressar à prateleira da estante onde estão à minha espera (por ordem cronológica J) as obras que ainda não li e dar início a um desafio muito poucas vezes experimentado – ler duas obras ao mesmo tempo!!!

NOTA – 08/10 (de acordo com os critérios que atribuo a este género de obras e não propriamente com os meus gostos pessoais)

Sinopse

Confrontado com situações de extremo perigo, Taylor McAden, bombeiro voluntário, expõe-se até ao limiar do perigo. Denise é uma jovem mãe solteira, cujo filho de cinco anos sofre de um inexplicável atraso de desenvolvimento e a quem ela devota a sua vida numa tentativa de o ajudar. Mas o caso vai aproximar estes seres. Numa noite de tremendo temporal, Denise sofre um acidente de automóvel e é Taylor quem vem socorrê-la. Embora muito ferida, a jovem depressa toma consciência de que o filho já não se encontra na sua cadeirinha do banco traseiro. Taylor irá até ao fim de uma angustiante noite de buscas para o encontrar. Foram tecidas as primeiras malhas que os irão unir, e o pequeno Kyle desabrocha ao calor da ternura daquele homem. Denise abandona-se à alegria de um amor nascente. Mas Taylor tem em si cicatrizes antigas, que o não deixam manter compromissos de longa duração. Nicholas Sparks, esse talentoso contador de histórias, intervém com a sua magia redentora e a sua inigualável capacidade de aprofundar a complexidade das relações e dos afectos.

2 comentários:

  1. Havia uma altura na faculdade que lia muito este escritor, fizeste-me reviver esses tempos. Lembro-me perfeitamente de ler este livro, revive-o :)

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    1. Que bom! É também para isso que este blogue existe!!!
      Beijinhos, muitos!!!

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