Ficha técnica
Título – Missão
Impossível
Autoras – Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada
Editora – Fundação Jorge Álvares
Páginas – 96
Data de leitura – de 28 a 31 de dezembro de 2017
Opinião
O
mais novo da casa trouxe da escola várias tarefas para fazer durante as férias
natalícias. Uma delas consistia em ler Missão Impossível para, em janeiro,
participar no Concurso Nacional de Leitura destinado aos alunos de sexto ano.
Foi
lendo um capítulo por dia e ia comentando que a parte inicial lhe havia parecido
bastante confusa – “Não conseguia entrar
na história, mãe. Não estava a entender de que é que se tratava” –, mas
que, à medida que ia avançando na narrativa, estava a gostar mais e que o
desenlace foi a sua parte favorita.
A
seguir ao Natal, peguei eu na obra e fui lendo-a ao mesmo tempo que lia os
contos de Desnorte. Entendi
por que razão o primeiro capítulo tinha sido difícil de compreender para o meu
filhote – múltiplas ações encadeadas, mistura de realidade com fantasia, saltos
temporais e alguma informação histórica, climatérica e espacial em catadupa.
Fui conhecendo Rodrigo e os seus dois amigos, voltei a Freixo de Espada à
Cinta, fiquei a saber quem foi Jorge Álvares, filho ilustre da terra e
regressei aos áureos anos dos Descobrimentos, que possibilitaram ao nosso
Portugal ser dono de uma grande parte do mundo e fizeram com que um simples
homem do povo como Jorge Álvares pudesse enriquecer ao ponto de ter uma casa
sumptuosa a milhares de quilómetros da sua terra natal, importantes negócios
com a China, o Japão e a Índia e receber à sua mesa de jantar personalidades célebres
como Fernão Mendes Pinto. Para além de tudo isto, embarquei com o trio de
amigos numa aventura extraordinária e numa missão que à partida parecia ser
impossível.
Nunca
fui uma admiradora de narrativas onde a fantasia predomina sobre a realidade.
Nem mesmo em criança. Sendo assim, não posso afirmar que esta leitura tenha
sido muito saborosa. Também constatei (uma vez mais) que aquilo que mais
agradou ao meu filho foi a parte que achei que estava menos bem conseguida.
Considero que o final deveria ter sido consistente com a aventura e missão de
carácter impossível em que se viram envolvidos os três amigos e que o poder “do
tesouro” que finalmente encontraram deveria ter sido do calibre da referida
aventura e não ter apenas a dimensão “caseira” que acabou por ter. Também creio
que a narrativa, as personagens, a correspondente contextualização histórica
tinham “sumo” q.b. para mais desafios, mais obstáculos e mais frenesim tanto
para os protagonistas como para os leitores.
Por
tudo isto, vejo-me forçada a classificar esta obra com uma pontuação inferior à
que o meu filho lhe atribuiu. Para ele, Missão
Impossível tem motivos suficientemente interessantes para dar-lhe um
8/10. Na minha opinião, um 6/10 será a avaliação mais justa.
E
assim se resume a última leitura partilhada em 2017 com mais pequeno da casa. Venham
muitas mais, porque proporcionam-nos momentos deliciosos e só nossos!
Sinopse
«Partindo de uma garrafa
de porcelana azul e branca da China encomendada por Jorge Álvares em 1552, de
que a Fundação Jorge Álvares é proprietária e pode ser vista no Museu do Centro
Científico e Cultural de Macau, em Lisboa, as autoras Ana Maria Magalhães e
Isabel Alçada desenvolvem no livro, destinado à mesma faixa etária da
Biblioteca Digital, uma aventura em que ressalta a vida de Jorge Álvares no
Oriente naquela época, os seus amigos bem como as lendas e os animais míticos
chineses.
Desta edição, não comercial,
foram em 2014 oferecidos pela Fundação Jorge Álvares vinte seis exemplares a
cada biblioteca de todas as escolas do país, constituindo um importante
instrumento para fomentar o conhecimento da história, cultura e lendas da China
e de Macau, bem como para a organização na escola de trabalhos de grupo.»
Olá querida Ana,
ResponderEliminarEm primeiro lugar um Feliz 2018!! Com muitas e boas leituras.
Este livro não conhecia, mas também não sei se me apetece ler. Vou confiar na tua opinião.
O próximo será melhor.
Um beijinho
Obrigada, querida Isa, que 2018 seja muito feliz para ti também e que nos continuemos a ler por muito e muito tempo!
EliminarCada vez fico mais frustrada com leituras do PNL, mas, mesmo assim, não baixo os braços, porque as leituras menos boas têm sido contrabalançadas com tesourinhos como os de António Mota, por exemplo.
Beijinhos e bom ano!
Gostei do livro
ResponderEliminarEu também não desgostei, mas não consegui gostar mais porque não me agradam obras com elementos de fantasia e porque não gostei do final. Contudo, entendo que esses mesmos ingredientes são os que mais apelam, sobretudo ao público juvenil.
EliminarMuito obrigada pelo comentário!