Estes
são os novos habitantes da estante. Quase todos eles estiveram bastantes dias
debaixo da árvore, à espera de saltar de lá para a prateleira no dia em que as
luzes brilham com um gostinho especial, os sorrisos espalham-se pelo rosto e me
sinto mais completa porque estou rodeada daqueles de que mais gosto.
Não
recordo o último Natal em que não recebi ou ofereci leituras. Este foi apenas
mais um. Ofereci-as a quem sei que ler aquece e traz companhia. Recebi de quem
sorri perante a alegria de criança que me inunda quando me põem nas mãos um
embrulho retangular, compacto e pesado.
Este
Natal recebi obras de três autoras portuguesas – A construção do vazio, de Patrícia Reis; Onde cantam os grilos, de Maria
Isaac e As falsas memórias de Manoel
Luz, de Marlene Ferraz. Patrícia Reis mora cá em casa há muitos anos e
esta é a décima obra dela que ocupa o seu lugar na prateleira. Joel Neto descreve
Maria Isaac (ou será o seu romance?) como “A pérola escondida da ficção
nacional” e esse epíteto seria, por si só, razão mais do que suficiente para Onde cantam os grilos figurar na
minha wishlist. Mas se aliarmos esse elogio rasgado à sinopse que me atraiu e
me engasgou de entusiasmo, percebem que esta obra tinha que vir cá para casa.
De Marlene Ferraz não li nada, ou melhor, li opiniões e comentários que
recomendam vivamente a sua obra A vida
inútil de José Homem que vive na estante desde abril de 2017, à espera
que chegue a sua vez na cronologia das minhas leituras. O maridinho já a leu,
adorou-a, comentou que eu também a iria adorar e não teve dúvidas em
oferecer-me As falsas memórias de
Manoel Luz (de certeza que a lerá muito antes do que eu…)
Ao
maridinho o Natal presenteou-o com três obras, todas elas de romance histórico,
o seu género predileto. Completou a trilogia de José Rodrigues dos Santos com O reino do meio, viajará ao início
do século XX com O ano da dançarina,
de Carla M. Soares e regressará ao conflito pelo qual somos obcecados através
da obra As mulheres no castelo,
de Jessica Shattuck.
O
mais novo da casa recebeu um tesourinho ao qual seguramente não ficará
indiferente – História de uma gaivota
e do gato que a ensinou a voar, de Luís Sepúlveda.
Já
confessei em textos anteriores que não consegui resistir às inúmeras promoções
que me atazanaram a caixa de mensagens, caixa de e-mail e todos os sentidos
sempre que me dirigia a uma livraria ou a alguma grande superfície. Assim
sendo, vi-me obrigada a comprar uma obra recomendadíssima pela Isaura de O jardim de mil histórias e que é dona
de um dos títulos mais originais que conheço – A sociedade literária da tarte de casca de batata, de Mary
Ann Shaffer e Annie Barrows – e O
segredo da minha irmã, de Diane Chamberlain, na esperança de que esta
possa oferecer-me narrativas que me prendam e me arrebatem como o fazem as de
Kate Morton.
Por
fim, provenientes de uma Feira Solidária que teve lugar na escola do filhote, vieram
na sua mochila (para mimar a mamã) a coletânea de textos O prazer da leitura, de autores vários, como Ondjaki ou
Afonso Cruz, e Espero por ti este
inverno, de Luanne Rice.
Onze
novos habitantes de uma estante que não para de engordar. Onze novos habitantes
que me trarão companhia, me acariciarão, me levarão de viagem a novos lugares,
a novas sensações e ganharão o seu cantinho dentro de mim, como um amigo
especial e único.
Digam,
partilhem se também foram acarinhados com novas leituras. Ficarei a aguardar os
vossos comentários.
Entretanto,
prometo que nos próximos dias encerro 2017 aqui no blogue com o rescaldo das
melhores leituras do ano de todos daqui de casa. Até lá, continuarei a
deliciar-me com a releitura de A
sombra do vento, de Zafón. Sabia que ia ser mágica, mas não imaginava
que tivesse tanto, mas tanto sabor!
Olá Ana,
ResponderEliminarAs Falsas Memórias de Manoel luz não achei grande piada. Espero mesmo que gostes da Sociedade Tarte Casca de Batata. Também quero o Prazer da Leitura.
Só bons livrinhos. Um beijinho e boas leituras
Olá, Isa!
EliminarTenho muitas expectativas em relação a todos que referes, mas da Marlene Ferraz lerei primeiro A vida inútil de José Homem, pois já o tenho há mais tempo à espera na estante! Depois conto-te tudo!
Beijinhos!!!
Há lá coisa mais linda que uma pilha de livros?! Só uma família em que ofecerem livros uns aos outros, claro.
ResponderEliminarEste ano expliquei que prefiro livros da minha wishlist do que coisas de que não preciso ou talvez não goste e recebi o mesmo que tu da Marlene (adorei o outro dela e já tenho um de contos) e Debaixo da Pele do David Machado, que era o único que me faltava dele. E a mim própria ofereci O Comboio Nocturno para Lisboa do Pascal Mercier, que encontrei em super-promoção nas tendas da MBooks que aparecem nas estações. Não sei se haverá na tua zona, mas aqui são o meu vício.
Andava com o livro da Jessica Shattuck debaixo de olho há uns tempos, mas nem me apercebei que já tinha sido publicado em Portugal. A Guerra vista pelo inimigo? Contem comigo!
Espreitei umas páginas desse da Maria Isaac na Wook e fiquei logo curiosa. E a capa? Linda!
Espero que venham daí grandes leituras e mais excelentes textos teus, porque sou masoquista, claro, e preciso tanto de mais livros como de uma infestação de pulgas! ;-)
Paula
Claro que não! Coisa mais linda que está ali à minha espera! Acho que me proporcionarão grandes viagens que depois partilharei ;)
EliminarVejo que também tiveste prendinhas muito saborosas. Quero muito estrear-me com David Machado - Há algum que me recomendes em especial, para além do Debaixo da Pele?
Quanto à prenda que te ofereceste, caramba, já fiquei com uma vontade gordíssima de o reler. Tenho-o na estante há uns anos e lembro-me que adorei lê-lo! Como um dos propósitos deste ano é fazer releituras, esse já se pôs na lista!
Ai que masoquistas que somos! Sempre sedentas de novas leituras! Venham elas!
Beijinhos!
Só tenho ouvido coisas boas sobre o Comboio Nocturno, mas fico sempre entusiasmada quando um livro tem o teu carimbo de aprovação. :-)
EliminarGosto de tudo do David Machado, da literatura infantil e até das Histórias Possíveis, mesmo não sendo a maior fã de contos. No Deixem Falar as Pedras e Índice Médio de Felicidade, até aos palavrões faço vista grossa, porque a escrita dele é muito fluída e faz-me criar empatia com as personagens. E o Deixem Falar as Pedras tem um avô. Viste como sou manhosa e te lanço sempre o isco com temas que te agradam? ;-)
Paula
Pronto, e eu já o mordi, pois já andei a cuscar o site da biblioteca da terrinha em busca de títulos de David Machado. Infelizmente não tem os que mencionas, mas tem muitos de literatura infantil e qualquer dia trago um!
EliminarQuando leres o Comboio, podíamos lê-lo em conjunto. Que achas?
Beijinhos!
Bem, vais ter de me orientar porque eu sou uma solitária e nunca fiz nenhuma leitura em conjunto! Aposto que vai ser giro.
ResponderEliminarMais lá para o verão, quando os meus miúdos estiverem de férias e não precisarem da mãe/motorista e mãe/explicadora a toda a hora, OK? O mais novo estreou-se agora nas primeiras letras e precisa mesmo muito do meu apoio e dos meus ralhetes para se aplicar.
Obrigada pela proposta!
Sim, podemos perfeitamente deixá-la para alturas mais veraneias ;)
EliminarO papel de mãe é do mais deliciosamente absorvente que há e o meio, apesar de já ter uns anitos de escolas, continua a apoiar-se muito na mamã (e no papá) para trabalhar com mais afinco. Por isso, dedica-te ao papel de progenitora, porque melhor do que esse não há!
O Comboio bem pode esperar. Este não sai da estação, a não ser que queiramos! Mas admito que estou ansiosa por fazê-lo sair na tua companhia!
Beijinhos