Ficha técnica
Título – O
Planeta Branco
Autor – Miguel Sousa Tavares
Editora – Clube do Autor
Páginas – 92
Datas de leitura – 15 de janeiro de 2018
Opinião
Não sou
particularmente a admiradora mais acérrima de Miguel Sousa Tavares. Recordo-me
de ter lido e devorado há muitos anos a sua obra mais conhecida – Equador – e de ter lido também Rio das flores. Deixei de lê-lo
por causa de uma antipatia que foi crescendo à medida que me enfurecia com as
suas opiniões parciais e pouco ou nada abonatórias sobre determinados assuntos.
A partir de uma certo ponto, recusei-me a ouvi-lo e a lê-lo e só concordei em
fazer um parênteses nessa recusa quando abri um dos saborosos envios da Clube do Autor, dentro do qual vinham
duas obras – uma de ficção adulta e O planeta
branco, obra juvenil do filho de Sophia de Mello Breyner.
Ao ter
o livro nas mãos, reparei de imediato na sua capa de lombada dura. Folheei-o e
fiquei agradada com as ilustrações que acompanham a narrativa. Fiquei ainda
curiosa com o seu título – qual seria o planeta branco? Referir-se-ia a algum
planeta do nosso sistema solar ou a algum planeta inventado, desconhecido?
Com
apenas 92 páginas e um número considerável de ilustrações de tamanho também ele
considerável, a história de O planeta
branco lê-se de uma assentada. Reporta-nos a viagem de três jovens
astronautas a bordo da nave Ítaca 3000 e que partiram em busca do planeta
Orizon S-3 para comprovar se o mesmo teria as condições necessárias para
armazenamento de água. A viagem correu sem sobressaltos até que, ultrapassado o
segundo sistema solar, a nave começou a ser desviada da rota sem que nem os
astronautas nem os responsáveis da iniciativa em Terra pudessem fazer alguma
coisa para evitar o desfecho que se supunha trágico. E mais não conto.
Como
leitora adulta, digo que gostei bastante desta obra. Gostei da abordagem
ecológica que alerta para o quanto o Homem está a destruir o planeta que habita
e a dizimar os seus recursos naturais. Gostei das diferenças de personalidade
dos três astronautas que comandam a missão espacial. Gostei da descrição da
viagem pelo nosso sistema solar e gostei muito da visão e da simbologia que
associam as estrelas, o infinito e o planeta que dá título à obra a um lado mais
transcendental e portador de possíveis respostas para questões que nos
inquietam como seres humanos.
Como
mãe de um leitor pré-adolescente, recomendo O
planeta branco. É uma leitura fácil, rápida, com uma linguagem
acessível e uma trama bem conseguida que alia ação, algum mistério, humor ao
conhecimento dos astros e de outros possíveis sistemas solares, às preocupações
ecológicas e ao quanto o infinito que espreitamos quando observamos o céu pode explicar
algumas das inquietações dos Homens.
Por
fim, como mulher que detesta injustiças, tenho que admitir que esta leitura me
fez dar uns dedos da minha mão à palmatória, separar um bocadinho o homem do
autor e diminuir um pouco a minha intransigência face ao que Miguel Sousa
Tavares já publicou e possa vir a publicar.
Resta-me
agradecer, mais uma vez, à editora Clube do Autor o envio surpresa da obra.
Aqui está a correspondente opinião sincera.
NOTA –
08/10
Sinopse
Lydia, Lucas e Baltazar
constituem a tripulação da nave Ítaca-3000. Numa fase em que o ciclo de vida
natural está alterado, é preciso pôr em marcha uma missão de salvamento do
planeta Terra. Por isso a Ítaca-3000 parte do deserto do Sahara com um único objectivo:
descobrir água no planeta Orizon S-3. Durante dois meses de viagem, tudo
decorre com normalidade. Os astronautas dedicam-se apenas a missões de rotina e
consolidam a amizade que os une. Mas quando entram no Terceiro Sistema Solar,
descobrem um planeta habitado por uns seres muito especiais e que julgavam não
existir, O Planeta Branco é uma história que aborda não apenas as grandes
questões da actualidade, como a poluição atmosférica, a destruição das
florestas ou as alterações do clima, mas que constitui, também, um hino à vida
e à bondade. E que nos diz que, afinal, um mundo melhor é possível. As
ilustrações de Rui Sousa completam a magia desta história.
Olá querida Ana,
ResponderEliminarUma surpresa muito boa, não é? :)
Um beijinho e boas leituras
Sim, uma boa surpresa!
EliminarJá me aconselharam "Ismael e Chopin" e "O segredo do Rio". Talvez os leia proximamente e faça uma leitura partilhada com o filhote!
Beijinhos e leituras muito saborosas!
E eu deixei de lê-lo porque não me dou bem com o estilo de escrita dele. Li o "Equador" a revirar os olhos de vez em quando e depois do insuportável "No teu Deserto", dei o caso por encerrado. Da personalidade dele até gosto de certos aspectos, porque é muito frontal, ainda que um bocado bruto às vezes.
ResponderEliminarDe certeza que acabarei por ler qualquer coisa infantil/juvenil dele, porque ando sempre à procura de livros novos e aliciantes para a prole.
Venham mais novidades!
Paula
Bom, eu não o suporto como pessoa, mas admito que farei um esforço para ler os livros juvenis dele e, se a história for boa, tentarei lê-los com o mais pequeno da casa. Como disse na resposta ao comentário da Isa, recomendaram-me "Ismael e Chopin" e "O segredo do Rio". Algum dia trago-os da biblioteca municipal.
EliminarBeijinhos!