Balanço mensal - livros recebidos e adquiridos em dezembro



Estes são os novos habitantes da estante. Quase todos eles estiveram bastantes dias debaixo da árvore, à espera de saltar de lá para a prateleira no dia em que as luzes brilham com um gostinho especial, os sorrisos espalham-se pelo rosto e me sinto mais completa porque estou rodeada daqueles de que mais gosto.
Não recordo o último Natal em que não recebi ou ofereci leituras. Este foi apenas mais um. Ofereci-as a quem sei que ler aquece e traz companhia. Recebi de quem sorri perante a alegria de criança que me inunda quando me põem nas mãos um embrulho retangular, compacto e pesado.
Este Natal recebi obras de três autoras portuguesas – A construção do vazio, de Patrícia Reis; Onde cantam os grilos, de Maria Isaac e As falsas memórias de Manoel Luz, de Marlene Ferraz. Patrícia Reis mora cá em casa há muitos anos e esta é a décima obra dela que ocupa o seu lugar na prateleira. Joel Neto descreve Maria Isaac (ou será o seu romance?) como “A pérola escondida da ficção nacional” e esse epíteto seria, por si só, razão mais do que suficiente para Onde cantam os grilos figurar na minha wishlist. Mas se aliarmos esse elogio rasgado à sinopse que me atraiu e me engasgou de entusiasmo, percebem que esta obra tinha que vir cá para casa. De Marlene Ferraz não li nada, ou melhor, li opiniões e comentários que recomendam vivamente a sua obra A vida inútil de José Homem que vive na estante desde abril de 2017, à espera que chegue a sua vez na cronologia das minhas leituras. O maridinho já a leu, adorou-a, comentou que eu também a iria adorar e não teve dúvidas em oferecer-me As falsas memórias de Manoel Luz (de certeza que a lerá muito antes do que eu…)
Ao maridinho o Natal presenteou-o com três obras, todas elas de romance histórico, o seu género predileto. Completou a trilogia de José Rodrigues dos Santos com O reino do meio, viajará ao início do século XX com O ano da dançarina, de Carla M. Soares e regressará ao conflito pelo qual somos obcecados através da obra As mulheres no castelo, de Jessica Shattuck.
O mais novo da casa recebeu um tesourinho ao qual seguramente não ficará indiferente – História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar, de Luís Sepúlveda.
Já confessei em textos anteriores que não consegui resistir às inúmeras promoções que me atazanaram a caixa de mensagens, caixa de e-mail e todos os sentidos sempre que me dirigia a uma livraria ou a alguma grande superfície. Assim sendo, vi-me obrigada a comprar uma obra recomendadíssima pela Isaura de O jardim de mil histórias e que é dona de um dos títulos mais originais que conheço – A sociedade literária da tarte de casca de batata, de Mary Ann Shaffer e Annie Barrows – e O segredo da minha irmã, de Diane Chamberlain, na esperança de que esta possa oferecer-me narrativas que me prendam e me arrebatem como o fazem as de Kate Morton.
Por fim, provenientes de uma Feira Solidária que teve lugar na escola do filhote, vieram na sua mochila (para mimar a mamã) a coletânea de textos O prazer da leitura, de autores vários, como Ondjaki ou Afonso Cruz, e Espero por ti este inverno, de Luanne Rice.
Onze novos habitantes de uma estante que não para de engordar. Onze novos habitantes que me trarão companhia, me acariciarão, me levarão de viagem a novos lugares, a novas sensações e ganharão o seu cantinho dentro de mim, como um amigo especial e único.
Digam, partilhem se também foram acarinhados com novas leituras. Ficarei a aguardar os vossos comentários.

Entretanto, prometo que nos próximos dias encerro 2017 aqui no blogue com o rescaldo das melhores leituras do ano de todos daqui de casa. Até lá, continuarei a deliciar-me com a releitura de A sombra do vento, de Zafón. Sabia que ia ser mágica, mas não imaginava que tivesse tanto, mas tanto sabor!

8 comentários:

  1. Olá Ana,
    As Falsas Memórias de Manoel luz não achei grande piada. Espero mesmo que gostes da Sociedade Tarte Casca de Batata. Também quero o Prazer da Leitura.
    Só bons livrinhos. Um beijinho e boas leituras

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    1. Olá, Isa!
      Tenho muitas expectativas em relação a todos que referes, mas da Marlene Ferraz lerei primeiro A vida inútil de José Homem, pois já o tenho há mais tempo à espera na estante! Depois conto-te tudo!
      Beijinhos!!!

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  2. Há lá coisa mais linda que uma pilha de livros?! Só uma família em que ofecerem livros uns aos outros, claro.
    Este ano expliquei que prefiro livros da minha wishlist do que coisas de que não preciso ou talvez não goste e recebi o mesmo que tu da Marlene (adorei o outro dela e já tenho um de contos) e Debaixo da Pele do David Machado, que era o único que me faltava dele. E a mim própria ofereci O Comboio Nocturno para Lisboa do Pascal Mercier, que encontrei em super-promoção nas tendas da MBooks que aparecem nas estações. Não sei se haverá na tua zona, mas aqui são o meu vício.
    Andava com o livro da Jessica Shattuck debaixo de olho há uns tempos, mas nem me apercebei que já tinha sido publicado em Portugal. A Guerra vista pelo inimigo? Contem comigo!
    Espreitei umas páginas desse da Maria Isaac na Wook e fiquei logo curiosa. E a capa? Linda!
    Espero que venham daí grandes leituras e mais excelentes textos teus, porque sou masoquista, claro, e preciso tanto de mais livros como de uma infestação de pulgas! ;-)
    Paula

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    1. Claro que não! Coisa mais linda que está ali à minha espera! Acho que me proporcionarão grandes viagens que depois partilharei ;)
      Vejo que também tiveste prendinhas muito saborosas. Quero muito estrear-me com David Machado - Há algum que me recomendes em especial, para além do Debaixo da Pele?
      Quanto à prenda que te ofereceste, caramba, já fiquei com uma vontade gordíssima de o reler. Tenho-o na estante há uns anos e lembro-me que adorei lê-lo! Como um dos propósitos deste ano é fazer releituras, esse já se pôs na lista!
      Ai que masoquistas que somos! Sempre sedentas de novas leituras! Venham elas!
      Beijinhos!

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    2. Só tenho ouvido coisas boas sobre o Comboio Nocturno, mas fico sempre entusiasmada quando um livro tem o teu carimbo de aprovação. :-)
      Gosto de tudo do David Machado, da literatura infantil e até das Histórias Possíveis, mesmo não sendo a maior fã de contos. No Deixem Falar as Pedras e Índice Médio de Felicidade, até aos palavrões faço vista grossa, porque a escrita dele é muito fluída e faz-me criar empatia com as personagens. E o Deixem Falar as Pedras tem um avô. Viste como sou manhosa e te lanço sempre o isco com temas que te agradam? ;-)
      Paula

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    3. Pronto, e eu já o mordi, pois já andei a cuscar o site da biblioteca da terrinha em busca de títulos de David Machado. Infelizmente não tem os que mencionas, mas tem muitos de literatura infantil e qualquer dia trago um!
      Quando leres o Comboio, podíamos lê-lo em conjunto. Que achas?
      Beijinhos!

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  3. Bem, vais ter de me orientar porque eu sou uma solitária e nunca fiz nenhuma leitura em conjunto! Aposto que vai ser giro.
    Mais lá para o verão, quando os meus miúdos estiverem de férias e não precisarem da mãe/motorista e mãe/explicadora a toda a hora, OK? O mais novo estreou-se agora nas primeiras letras e precisa mesmo muito do meu apoio e dos meus ralhetes para se aplicar.
    Obrigada pela proposta!

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    1. Sim, podemos perfeitamente deixá-la para alturas mais veraneias ;)
      O papel de mãe é do mais deliciosamente absorvente que há e o meio, apesar de já ter uns anitos de escolas, continua a apoiar-se muito na mamã (e no papá) para trabalhar com mais afinco. Por isso, dedica-te ao papel de progenitora, porque melhor do que esse não há!
      O Comboio bem pode esperar. Este não sai da estação, a não ser que queiramos! Mas admito que estou ansiosa por fazê-lo sair na tua companhia!
      Beijinhos

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