A rapariga no gelo, de Robert Bryndza



Ficha técnica
TítuloA rapariga no gelo
Autor – Robert Bryndza
Editora – Alma dos livros
Páginas – 368
Datas de leitura – 12 a 15 de agosto de 2018

Opinião
Na minha última visita à biblioteca da terrinha fui acompanhada de uma forte determinação de que apenas recolheria os livros que havia reservado online e que poria umas palas invisíveis nos olhos para não me tentar com obras que normalmente estão expostas no átrio. Porém… até parece que não me conheço… mal abri a porta de entrada guinei para a esquerda em vez de guinar para a direita e quando me dirigi para o balcão já levava “debaixo do braço” A rapariga no gelo, a obra que inicia a saga de thrillers protagonizada pela inspetora-chefe, Erika Foster. Saí da biblioteca com um sorriso do tamanho da felicidade suprema, carregando no meu saco que sempre me acompanha nestas andanças as duas obras que havia reservado de antemão e um brinde que não resistiu a vir passar uma temporada cá a casa 😉.
Já devem saber que não sou a maior e mais assídua leitora de policiais e thrillers. Aliás, só há bem pouco tempo, talvez influenciada pelos booktubers que sigo, é que retomei um hábito que ficara bem lá atrás, nos meus aninhos de adolescente, com as leituras vorazes de coleções como as d’Os Cinco, Os sete, Mistério ou Patrícia. É verdade que ainda não me sinto tentada a gastar dinheiro em thrillers, mas admito que, sempre que leio ou vejo recomendações desse género de narrativas, às quais se dão ótimas classificações, dou uma olhadela ao site da minha biblioteca para confirmar se o autor ou os títulos em questão habitam por lá. Se habitam, aponto tudo no meu caderninho e penso com os meus botões que eles esperarão por mim e em qualquer altura cairão por alguns dias nas minhas mãos.
A rapariga no gelo é, como já referi, o volume que dá início a uma saga que está a ser publicada em Portugal e que, se não estou errada, acaba de ver o seu quinto volume nas bancas das livrarias. É protagonizada pela inspetora-chefe Erika Foster, que, neste volume inicial, é chamada para chefiar uma investigação do assassinato de uma jovem proveniente de umas das famílias mais poderosas de Londres. Andrea Douglas-Brown é encontrada morta e o seu corpo jaz debaixo de uma espessa camada de gelo. Esta macabra descoberta será a alavanca que fará com que Erika regresse ao ativo, após uma ação policial liderada por si que acabou de forma trágica, com a morte de cinco polícias, incluindo a do seu marido.
Como a minha experiência em leituras de policiais e thrillers é quase nula, apenas posso comparar esta com as que fiz este ano e que foram três ou quatro. A obra de Robert Bryndza é dona de uma narrativa muito bem conduzida, que não peca pelo excesso de personagens ou por descrições exaustivas de procedimentos policiais. Manteve-me sempre agarrada ao desenvolvimento da ação, que se foi “apimentando” com reviravoltas, novos dados, outros assassinatos relacionados com o de Andrea, e o desfecho coincidiu, como era de esperar, com a descoberta da identidade do assassino misturada com momentos angustiantes e frenéticos. Para além disso, a leitura também se enriquece com a recente viuvez de Erika, que a deixa mais fragilizada e em constante luta com uma dor que a paralisa e o sentido do dever, que a impele a dar o seu melhor.
Sei que todos os volumes que se seguem a este continuam a ter como personagem principal Erika Foster e fico feliz que assim seja, pois a sua garra, a sua perspicácia, a sua frontalidade e o cargo de chefia que ocupa e que a faz lutar de igual para igual num mundo à partida demasiado masculino são características muito positivas numa protagonista que sabe igualmente mostrar-se humana e imperfeita. O único aspeto que me fez torcer o nariz durante a leitura prendeu-se com o facto de achar que o autor exagerou na tensão que se sente no ar, nos gestos e nas palavras de Erika em alguns interrogatórios, diálogos com os seus pares, bem como na incongruência de uma e outra atitude uma inspetora que tem que obedecer aos seus superiores hierárquicos. Contudo, por ser o primeiro volume da saga (muito provavelmente o autor limará estas e outras arestas) e porque adorei a relação que Erika mantém com o seu sogro, pretendo continuar a seguir as andanças desta inspetora que não só me conquistou a mim como também ao maridinho. Agora só me resta esperar que a minha biblioteca continue a aposta nesta saga, pois de certeza que trarei os próximos volumes numa futura visita!

NOTA – 09/10

Sinopse
Quando um rapaz descobre o corpo de uma mulher debaixo de uma espessa camada de gelo num parque do sul de Londres, a inspetora-chefe Erika Foster é imediatamente chamada para liderar a investigação. A vítima, uma jovem bela e rica da alta sociedade londrina, parecia ter a vida perfeita. No entanto, quando Erika começa a investigar o seu passado, vislumbra uma relação entre aquele homicídio e a morte de três prostitutas, encontradas estranguladas, com as mãos amarradas, abandonadas nas águas geladas de outros lagos de Londres.
A sua última investigação deu para o torto, e agora Erika tem a carreira presa por um fio. Ao mesmo tempo que luta contra os seus demónios pessoais, enfrenta um assassino altamente mortífero e que se aproxima tanto mais dela quanto mais próxima ela está de expor ao mundo toda a verdade. Conseguirá Erika apanhar o assassino antes de ele escolher a próxima vítima?

4 comentários:

  1. Ainda bem que finalmente encontraste um mistério à tua medida! Eu nunca li nada deste autor, e acho que a biblioteca só tem um volume desta série, que nem é este, e também já não costumo gastar dinheiro neste género de livros. Ainda assim, quando tiver saudades do género, já sei o que escolher.
    Agora que tenho o meu cartão e o do meu filho, um total de 10 livros, também não consigo trazer só o que planeei. Depois, venho a arrastar-me até casa!
    Bom fim de semana!
    Paula

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  2. Será que é um mistério à minha medida? Tenho tão pouca experiência nisto, mas gostei muito de ler este livro e não me importava nada de seguir com a série, mas lá está, só o farei se a biblioteca investir nela!
    Eu não sei bem quantos livros posso trazer da minha biblioteca, mas trago sempre 3 ou 4 com o meu cartão. Estou agora a imaginar-te como um Pai Natal bibliófilo :) :) :)
    Boa semana!
    Beijos

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  3. Olá, estou pela primeira vez a visitar o seu blog. Do pouco que vi endereço-lhe os meus parabéns. Em Agosto continuei a mastigar com muita dificuldade os Todos os Contos de Clarice Lispector. Que digestão tão difícil...mas persisto com mais de metade lido. Falha minha concerteza, pois foi-me sugerido por gente credível. Para equilibrar as coisas, li A Amante Holandesa de Rentes de Carvalho, e que poderei dizer desta estreia...que entrou directamente no meu top ten. Continuação de boas leituras.

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    1. Olá, Joaquim e seja bem-vindo!
      Tenho alguns livros de Clarice Lispector anotados, mas, por esta ou por outra razão, resisto a pegar-lhes...
      De Rentes de Carvalho li apenas Ernestina e amei!
      Beijinhos e leituras muito saborosas!
      Volte sempre!

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