Crime adormecido + Cai o pano, de Agatha Christie



Ficha técnica
TítuloCrime adormecido + Cai o pano (o último caso de Poirot)
Autora – Agatha Christie
Editora – Edições Livros do Brasil
Páginas – 342
Datas de leitura – 01 a 05 de agosto de 2018

Opinião
Se leram o balanço das leituras do mês de julho, sabem que desisti da leitura da obra Sem destino, de Imre Kertész, talvez por causa da ressaca que me provocou o belíssimo final de Chama-me pelo teu nome. Assim sendo e tendo em conta que havia trazido da biblioteca a obra do autor húngaro para lê-la para a categoria Livro que tenha sido lançado no ano em que nasceste, tive que arregaçar as mangas e encontrar um livro que a substituísse. A Internet não me deu muitas hipóteses de escolha e, ao tentar confrontar essas mesmas hipóteses com as que tinha disponíveis na biblioteca da terrinha, acabei por decidir-me pela última obra que escreveu Agatha Christie antes de morrer, ou seja, Cai o pano, o último caso de Hercule Poirot. Coladinha a ela, no mesmo volume das Edições Livros do Brasil, veio Crime Adormecido, que me permitiu contactar com outra personagem emblemática da conhecidíssima autora policial. Falo de Miss Marple, que ajudará um casal recém-casado a descobrir por que razão a casa para onde se mudaram traz à jovem esposa memórias angustiantes que parecem estar relacionadas com um crime perpetrado dentro das suas paredes.
O volume está milimetricamente dividido em duas metades iguais e Crime Adormecido ocupa as suas primeiras 170 páginas, enquanto Cai o pano se encontra na outra metade da obra que contém 342 páginas. Li uma a seguir à outra e poucas diferenças encontrei entre as duas. O estilo é sóbrio, mas simples, a linguagem bastante analítica e as personagens são simpáticas. Dei frequentemente comigo a relembrar-me das adaptações televisivas que passaram na nossa televisão (tanto de casos resolvidos por Miss Marple como pelo belga de bigodinho pequeno chamado Poirot) e, à medida que ia avançando na leitura, não fui capaz de desligar-me das imagens dos autores que representaram tanto uma como outra personagem e fui idealizando na minha cabeça Miss Marple, com o seu aspeto de avozinha querida e de olho aguçado, a tentar descobrir provas enquanto degustava the five o’clock tea e o engomadinho Poirot, com o seu cabelo alisadinho com brilhantina, a fuçar tudo e todos e a revelar-nos quem, de verdade, era o criminoso.
Foi uma leitura agradável, mas que não me entusiasmou o suficiente para querer ler outras obras da autora. Ao comparar as duas narrativas, fiquei com a sensação de que gostei um bocadinho mais da protagonizada por Poirot, sobretudo porque não fui capaz de descobrir a identidade do assassino em série, o que não se passou em Crime adormecido, pois aí não me foi nada difícil saber quem tinha estado por detrás da morte da madrasta da jovem esposa. Porém, entre Poirot e Miss Marple, confesso que sou mais “team” Marple 😉 Quem é que consegue resistir a uma avozinha armada em detetive?
Esta foi a minha estreia nas letras da grande Agatha Christie. Não foi sublime, mas teve um saborzinho doce, pois voltei a terras inglesas dos anos 60 e 70 e relembrei leituras da minha meninice, nas quais viajei vezes sem conta pelos cantos rurais de Inglaterra acompanhando o meu grupo de detetives preferido de todo o sempre – os famosos Cinco!

NOTA – 07/10

Esta foi a oitava leitura que fiz para a maratona literária Bookbingo – Leituras ao sol 2. Encaixou na categoria Livro que tenha sido lançado no ano em que nasceste.

Sinopse
Gwenda mudara-se há pouco tempo para uma nova casa quando estranhos e inexplicáveis incidentes começaram a acontecer. Apesar dos seus esforços para modernizar a casa, ela apenas consegue desenterrar o passado. Pior ainda, o seu pavor é tanto que se sente aterrorizada pela simples ideia de subir as escadas. Desesperada, Gwenda recorre a Jane Marple para exorcizar os seus fantasmas. Juntas, vão ter de resolver um crime “perfeito” cometido muitos anos antes…

O detetive Hercule Poirot, já aposentado, volta com seu amigo capitão Arthur Hasting ao cenário da primeira investigação em que trabalharam juntos: a mansão Styles. Agora transformada em hotel.
Também hospedado na antiga propriedade está um misterioso assassino, responsável por cinco crimes sem relação aparente entre si.
O extraordinário talento de Poirot para desvendar o intrincado processo de mentes criminosas o leva a crer que um sexto assassinato será cometido. Mas quem será a vítima? Esta questão conduzirá o grande detetive belga no que pode ser o caso mais arriscado de sua carreira. E talvez o último.

2 comentários:

  1. Pegando na deixa dos Cinco, foi exatamente depois de ter acabado todas as colecções da Enid Blyton e da Patrícia que comecei a ler Agatha Christie, por isso, já não me lembro de quais li, pois muitos foram emprestados, mas foram mesmo muitos ou quase todos! Os meus preferidos são os que se passam em ambientes fechados e creio que são os mais famosos também: Morte no Nilo, Crime no Expresso do Oriente, Crime na Mesopotâmia, And then There wer None (As Dez figuras Negras ou os Dez Negrinhos, dependendo das edições).
    Tentei reler um há uns 15 anos e não consegui. Apesar de adorar mistérios e de todos os detectives criados pela tia Agatha, a escrita para mim já é muito rudimentar, já não me desafia.
    Beijinhos!
    Paula

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    1. O que disseste veio confirmar aquilo de que já desconfiava - se tivesse lido a tia Agatha :) nos meus gloriosos anos de juventude teria gostado mais, pois seria a sequência lógica às obras da Enid Blyton, da Patrícia, etc. Agora no alto dos meus maduros anos ;) senti o mesmo que sentiste há uns 15 anos, que a sua escrita é muito datada e rudimentar... Mas pelo menos já posso dizer que experimentei!
      Beijinhos!

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