Cartas vermelhas, de Ana Cristina Silva

Segunda-feira, 04 de junho de 2012




Sinopse
“Nascida em Cabo Verde de família branca e abastada, Carol nunca se resignou à miséria das ilhas. E, movida pelo sonho de construir uma sociedade mais justa, ingressou ainda jovem no Partido Comunista. Não se importando de usar a beleza como arma ideológica, abraçou a luta revolucionária, apaixonou-se por um camarada e ficou grávida pouco antes de ser presa. Foi a sua mãe quem tratou de Helena nos primeiros tempos, mas, depois de libertada, Carol levou-a para Moscovo, onde trabalhou nas mais altas esferas do Comintern. Aí, o contacto com as purgas estalinistas não chegou para abalar as suas convicções, mas o clima de denúncia e traição catapultou-a para o cenário da Guerra Civil espanhola, obrigando-a a deixar Helena para trás; e, apesar de ter escapado aos fuzilamentos franquistas, a eclosão da Segunda Guerra Mundial impediu Carol de voltar à União Soviética para ir buscar a criança. Será apenas vinte anos mais tarde que mãe e filha se reencontrarão em Berlim; mas a frieza e o ressentimento de Helena farão com que, na viagem de regresso a Lisboa, Carol decida escrever um romance autobiográfico com o qual a filha possa, se não perdoar-lhe, pelo menos compreender as circunstâncias do abandono, a clandestinidade, a prisão, a guerra, a espionagem e o inconcebível casamento com um inspetor da polícia política.
Inspirado na vida de Carolina Loff da Fonseca, este romance extremamente empolgante vai muito além dos factos, confirmando Ana Cristina Silva como uma das mais dotadas autoras de romance psicológico em Portugal.”

“A história de uma militante comunista que se apaixona por um inspetor da PIDE”. Esta foi a frase que espicaçou a minha curiosidade e me convenceu a comprar e consequentemente a ler a história de Carol. E, apesar de esse amor visto como muito improvável ser apenas um dos ingredientes desta narrativa, gostei bastante de a ler, porque tem um bom “enredo psicológico”, é envolvente e, além disso, esclareceu-me sobre o comunismo em terras lusas e deu-me “mais umas luzes” sobre a Guerra Civil espanhola – com tantos romances que já li sobre este último tema, qualquer dia estou uma “expert” neste período negro da História de Espanha.

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