O poder e a glória, de Graham Greene

Quinta-feira, 11 de novembro de 2011





Este romance - o mais lido no século XX, em língua inglesa - é fruto de uma viagem que Graham Greene fez às terras de Tabasco para conhecer a perseguição religiosa que teve lugar nos anos vinte, no México.
O livro descreve as peripécias e os dramas do único sacerdote católico que continuava a exercer, clandestinamente, o seu ministério. Perseguido pela polícia, carregava consigo as cicatrizes do tempo: os gestos denunciavam um passado diferente e um temor em relação ao futuro. Não era nem herói nem santo, vivia como fugitivo, cheio de medos, com a consciência de ser um pecador, com o remorso de ter uma filha e, embora debilitado pela bebida, dizia zombeteiramente que com um pouco de conhaque era capaz de desafiar o demónio.
Um romance comovente em que, para este padre perseguido e fraco, a fé é uma certeza que não se deixa determinar pelas misérias.


Este é o segundo livro que leio de Graham Greene e, apesar de não ter tido em mim o efeito que teve O Fim da Aventura, confirmo que é uma grande obra, a intensidade psicológica da personagem principal é admirável e algumas passagens são soberbas.


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